ROMA (IT) — A América Latina está emergindo como destino preferido de exportadores que buscam acesso aos Estados Unidos a custos mais baixos desde 2 de abril de 2025, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, iniciou uma guerra tarifária sob o pretexto de fomentar a indústria nacional, mostra uma pesquisa da Allianz Trade. Energia e mineração estão no topo dos interesses.
“Europa Ocidental e Ásia-Pacífico eram os destinos de realocação preferidos antes do ‘Dia da Libertação’ (ambos coletando cerca de um quarto das respostas cada), mas agora essa tendência mudou em favor da permanência na América Latina”, aponta.
“A maior mudança foi registrada pelos entrevistados do setor de energia, onde a participação cresceu +14 pontos percentuais (4% para 18%), seguido pela mineração (+13 pontos percentuais, 6% para 19%)”, completa.
Ainda de acordo com a Allianz Trade Global Survey 2025, o interesse pela América Latina dobrou (5% para 10%) antes e depois do “Dia da Libertação”, demonstrando como a região é um polo comercial emergente em uma cadeia de suprimentos diversificada.
O levantamento foi realizado com aproximadamente 4,5 mil companhias na China, França, Alemanha, Itália, Polônia, Singapura, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos em duas etapas, uma em março e outra em abril. A última entrevista foi realizada após o Dia da Libertação, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma série de tarifas aos produtos importados pelo país.
Segundo os autores do documento, a mudança reflete a busca das empresas por acesso aos EUA a um custo mais baixo, já que cerca de 60% das companhias disseram esperar um impacto negativo do “Dia da Libertação”.
O maior crescimento na intenção de exportação entre as duas etapas foi observado entre as empresas chinesas, que foram de 5% para 15%. Entre os exportadores europeus, os mais interessados foram os franceses, que aumentaram de 4% para 15%, e os alemães, que foram de 2% para 6%.
Tarifa de 10% para exportações brasileiras
No Dia da Libertação, Trump anunciou tarifa de 10% para produtos brasileiros, a menor adotada pelo governo. O principal item exportado do Brasil para os EUA é o petróleo bruto. O governo brasileiro reconheceu que a medida vai impactar todas as exportações de bens para os EUA e afirmou que o país está violando os compromissos assumidos com a Organização Mundial do Comércio (OMC).