Transição justa

Governo lança observatório com indicadores de pobreza energética

Acre é o estado com maior carência de acesso à eletricidade; autorização para funcionamento de linha de transmissão que integra estado ao Sistema Interligado Nacional foi dada em 2024

Na imagem: Foto à contraluz de mão feminina segurando vela acesa na palma da mão (Foto: Thomas Mühl/Pixabay)
Além de prejudicar o ingresso no mercado de trabalho formal, pobreza energética está ligada a cerca de 2,5 milhões de mortes prematuras por ano (Foto: Thomas Mühl/Pixabay)

VENEZA (IT) — O governo federal lançou, na quinta-feira (15/5), o Observatório Brasileiro de Erradicação da Pobreza Energética (Obepe) com indicadores para ajudar na formulação de políticas para melhorar o acesso a serviços relacionados a energia.

A ferramenta faz parte do projeto Tecendo Conexões, desenvolvido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a MRC Consultoria.

O objetivo da iniciativa (acesso neste link) é monitorar o acesso a serviços energéticos no país, através de indicadores como consumo, elementos socioeconômicos, geográficos e ambientais, incluindo dados climáticos e de desenvolvimento humano.

Com o formato de uma plataforma interativa, o Obepe permite analisar comparativamente regiões, estados e grupos sociais. A expectativa é que a ferramenta auxilie no aprimoramento de políticas para a erradicação da pobreza energética no país.

“Estamos diante de uma ferramenta estratégica essencial. A boa formulação da política pública exige diagnóstico, evidência e direcionamento. É nesse contexto que o Obepe se torna indispensável”, disse, em nota, o diretor do Departamento de Universalização e Políticas Sociais de Energia Elétrica da Secretaria Nacional de Energia Elétrica (SNEE), André Dias.

“Ele oferece uma base robusta de informações qualificadas, permitindo caracterizar com profundidade a pobreza energética em suas múltiplas dimensões — territoriais, socioeconômicas e ambientais”, completou.

Amapá lidera ranking da pobreza energética

Segundo dados de 2024 do Obepe, o Acre é o estado com maior carência de acesso à eletricidade (1,8%). Em dezembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) liberou a entrada em operação da linha de transmissão que liga a capital do estado, Rio Branco, às cidades de Cruzeiro do Sul e Feijó, e que insere o Acre no Sistema Interligado Nacional (SIN).

A medida gera uma economia de R$ 380 milhões por ano em óleo diesel utilizado na geração local, que é custeado pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), paga por todos os consumidores de energia elétrica do país.

Já o estado com maior acesso à eletricidade é Goiás, com menos 0,1% da população desconectada. De acordo com dados de 2023 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado tem também a segunda menor taxa de pobreza (rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 210) do Brasil, 1,3%.

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