O senador Rodrigo Pacheco (DEM/MG) confirmou o favoritismo e foi eleito novo presidente do Senado Federal, com 57 votos, dos 78 senadores presentes na sessão desta segunda (1º). Ele também comandará o Congresso Nacional pelos próximos dois anos, até fevereiro de 2023.
Pacheco venceu a senadora Simone Tebet (MDB/MS), que obteve 21 votos, sem o apoio do próprio partido. Os senadores Major Olímpio (PSL/SP), Jorge Kajuru (Cidadania/GO) e Lasier Martins (Podemos/RS) retiraram suas candidaturas para apoiar a senadora.
“Vamos atuar com vistas no trinômio saúde pública, desenvolvimento social e crescimento econômico, com o objetivo de preservar vidas humanas, socorrer os mais vulneráveis e gerar emprego e renda aos brasileiros. Urge livrar o Brasil dessa avassaladora e trágica pandemia, que já vitimou mais de 225 mil irmãos brasileiros”, disse Pacheco na posse.
O senador mineiro conseguiu apoio do agora ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), do presidente Bolsonaro e da oposição ao governo federal, como o PT.
Afirmou também que as reformas são prioridade, mas não citou as privatizações apontadas pela equipe econômica como uma saída para recuperação das contas públicas, impactadas pela pandemia.
Rodrigo Pacheco é crítico de “entreguismo”
Na semana passada, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, admitiu que a falta de prioridade do Congresso Nacional com o projeto de capitalização da Eletrobras foi importante para a sua decisão de renunciar ao cargo.
O executivo, que foi convidado para assumir a presidência da BR Distribuidora, deixará a estatal em março.
Houve uma “quebra de perspectiva da prioridade” com a capitalização da empresa por parte dos parlamentares, diz Ferreira Júnior. O projeto não é prioridade dos candidatos para a presidir a Câmara e o Senado, ne sequer dos apoiados pelo próprio presidente Bolsonaro.
Rodrigo Pacheco (DEM/MG) se disse favorável a privatizações no geral, mas não a um “entreguismo sem critério” no caso da estatal do setor elétrico. O senador é o candidato de Bolsonaro e de Davi Alcolumbre (DEM/AP) para ser o próximo presidente do Senado
“Tenho confiança de que [a privatização] é uma prioridade para o Ministério de Minas e Energia e da Economia. É uma condição necessária, mas, aparentemente, não é suficiente. Não me cabe questionar, mas certamente a falta de prioridade prolonga o debate desse tema mais para frente”, disse o executivo.
Recentemente, Pacheco também pressionou o Ministério de Minas e Energia pela preservação de uma cota mínima no Lago de Furnas e chegou a propor a convocação de Bento Albuquerque sobre o assunto.
O parlamentar culpou o ministro pelo esvaziamento da represa e chegou a reclamar sobre a política do MME para o presidente Jair Bolsonaro em outubro do ano passado.
“Política energética equivocada do Ministério de Minas e Energia, incompetência da diretoria do ONS e diretoria de Furnas, que se esconde do problema. Além do descaso com Minas Gerais. É a receita do fracasso”, publicou em novembro.
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Promessa para oposição
Ele prometeu respeitar as opiniões divergentes e garantir os direitos da minoria, colocando em pauta projeto para a criação de uma liderança da oposição. Também se comprometeu a definir as pautas de votação a partir das reuniões do colégio de líderes.
Pacheco recebeu o apoio formal de dez partidos: DEM, PT, PP, PL, PSD, PSC, PDT, Pros, Rede e Republicanos. Além disso, foi apoiado por parte do MDB, partido da senadora Simone Tebet.
Em declaração para imprensa citou uma grande lista de prioridades para o 2021: as reformas tributária e administrativa, a PEC Emergencial, a PEC dos Fundos e a PEC do Pacto Federativo.
Sobre a administrativa, que pode mexer em salários e benefícios do serviço público, Pacheco afirmou que a reforma deve ser feita, “mas jamais demonizando o serviço público, os servidores públicos”.
O novo presidente do Senado tem 44 anos. Nascido em Porto Velho (RO), Pacheco cresceu em Passos (MG) junto à mãe, Maria Imaculada Soares, que era professora estadual, e aos irmãos. Aos 15, mudou-se para Belo Horizonte (MG), onde concluiu a faculdade de direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e iniciou a carreira.
Especialista em direito penal, ele foi o mais jovem conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil, entre 2013 e 2015. Além disso, Pacheco foi auditor do Tribunal de Justiça Desportiva do Estado de Minas Gerais e membro do Conselho de Criminologia e Política Criminal do Estado de Minas Gerais.
Em 2014, foi eleito deputado federal. Na Câmara dos Deputados, Pacheco presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em 2018, ele foi eleito senador, com 20,49% dos votos de seu estado, Minas Gerais. No Senado, Pacheco foi vice-presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) no biênio 2019-2020.