NESTA EDIÇÃO.Trégua na guerra tarifária entre EUA e China puxa alta do preço do petróleo para maior patamar em duas semanas. Acordo atenua preocupações sobre demanda, mas mercado ainda convive com incertezas.
Minuta de decreto do mandato do biometano entra em consulta pública.
Petrobras lucra R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre, alta de 48,6% na comparação anual.
E viagem de Lula à China tem conversas com CNCEC para produção de fertilizantes nitrogenados.
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Trégua puxa preço do petróleo para cima
Os preços do petróleo subiram cerca de 1,5%, para máxima de duas semanas nesta segunda-feira (12/5), impulsionados pela trégua tarifária entre Estados Unidos e China.
As duas maiores economias do mundo concordaram em reduzir temporariamente as chamadas “tarifas recíprocas” entre os dois países durante 90 dias. (g1)
- as tarifas dos EUA sobre importações chinesas cairão de 145% para 30%;
- e as taxas da China sobre a maioria dos produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%; as tarifas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito (GNL) dos EUA foram mantidas.
O acordo atenuou preocupações sobre o impacto da guerra comercial sobre a demanda global pelo petróleo.
- em Londres, o Brent para julho avançou 1,64%, para US$ 64,96 o barril;
- e em Nova York, o barril WTI para junho subiu 1,52%, a US$ 61,95.
A expectativa é que a trégua reative parte do comércio entre EUA e China, embora isso ainda possa levar algum tempo para se concretizar. Os EUA não exportam petróleo bruto para a China desde fevereiro; e derivados desde março. (S&P Global Commodity Insights)
Apesar da trégua (temporária), o mercado ainda alimenta dúvidas sobre o desfecho das negociações e a volatilidade das commodities tende a permanecer elevada, avalia o ING.
O alívio das tensões da guerra comercial, ao menos, deve reduzir o risco de desvalorização do petróleo em US$ 3 a US$ 5 o barril, elevando o novo piso de preço para perto de US$ 60, estima a Again Capital LLC. (Bloomberg)
O acordo é mais uma variável no tabuleiro, dessa vez numa pressão altista pelo lado da demanda. E chega logo após os principais bancos do mundo cortarem as projeções do Brent para 2025, em meio à aceleração do aumento da oferta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) (Oilprice)
Foi esse cenário global, mais favorável, que permitiu à Petrobras acelerar a redução dos preços do diesel. Foram três quedas desde abril.
Os preços do petróleo, contudo, têm se recuperado gradualmente desde a semana passada, depois de caírem, em abril, para os menores níveis desde 2021, ainda na pandemia de covid-19.
As atenções se voltam, agora, para a viagem de Donald Trump ao Oriente Médio. A Arábia Saudita, principal membro da Opep, será a primeira parada. O Goldman Sachs levantou a possibilidade de que o cartel possa suspender novos aumentos na oferta a partir de agosto (Wall Street Journal).
Falando em Trump… Um relatório anexado ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias 2026, enviado pelo governo de Tarcísio Freitas (Republicanos) à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) reconhece que o “tarifaço” do presidente dos EUA pode significar “desafios para a realização de projeções de receitas e despesas do estado durante esse exercício”.
Na China. A delegação brasileira que acompanha o presidente Lula (PT) participou, nesta segunda (12/5), de reunião com executivos da CNCEC, estatal chinesa especializada em engenharia industrial, para tratar de possível instalação de uma fábrica de fertilizantes nitrogenados no Paraná.
- Nesta terça (13/5), a comitiva tem compromisso com representantes da Byte Dance, dona do Tik Tok, para tratar da instalação de data centers.
- O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), aliás, disse que a política de atração de investimentos em data centers deve ser anunciada após Lula voltar da viagem.
IA com nuclear. Em missão à China e à Rússia, o ministro Alexandre Silveira (PSD) afirmou que a adoção de reatores nucleares modulares (SMRs, na sigla em inglês) será essencial para garantir energia limpa e firme aos projetos de data centers que já começam a se instalar no Brasil.
Petrobras no lucro. A estatal anunciou nesta segunda à noite que fechou o primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 35,2 bilhões, alta de 48,6% na comparação anual. E reverteu o prejuízo de R$ 17,044 bilhões do trimestre imediatamente anterior.
- O Ebitda, que ajuda a medir a capacidade de geração de caixa, subiu 1,7% ante o primeiro trimestre de 2024, para R$ 61,08 bilhões
- O lucro bruto do negócio de Refino, Transporte e Comercialização caiu 35,5% e o Ebitda recuou 36,9% na comparação anual. Reflexo de menores margens – em especial na gasolina, sem reajuste desde julho de 2024.
Preços. O etanol mostrou-se mais competitivo que a gasolina em cinco estados na semana passada. Na média dos postos pesquisados no país, o biocombustível registrou uma paridade favorável de 68,31% ante o fóssil, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas.
Decreto do biometano em consulta. O MME colocou em consulta pública a minuta de decreto regulamentador do biometano, um próximo passo para viabilizar o mandato previsto na lei do Combustível do Futuro. A proposta recebe contribuições até 19 de maio. O que diz o texto do decreto
Petrobras na indústria ceramista. Estatal assinou um contrato de comercialização de gás com a Portobello, no mercado livre, em Santa Catarina. É a primeira cliente da estatal na indústria ceramista, segmento que reúne o maior número de consumidores livres no Brasil e que vinha, até então, sendo um dos principais nichos de mercado de comercializadores concorrentes.
Gigafábrica de baterias. O governo britânico anunciou £ 1 bilhão em investimentos para a construção de uma “gigafactory” em Sunderland, no norte da Inglaterra, que produzirá baterias para veículos elétricos. Faz parte do Plano para Mudança, que busca fortalecer as regiões industriais e prevê o fornecimento de baterias para 100 mil carros elétricos por ano.