NESTA EDIÇÃO. União avalia antecipar receitas com leilão para a comercialização das parcelas de petróleo e gás da União nas áreas não contratadas
Donald Trump afirma que chegou a acordo com o Reino Unido para aumento de exportações de carne bovina e etanol.
Estatal russa indica interesse em ampliar a exploração de urânio e lítio no Brasil.
Eneva recebe autorização para importar gás da Argentina e da Bolívia.
Custo da energia elétrica tem impacto de 23% no valor final da cesta básica, aponta PSR.
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As receitas do petróleo podem ajudar o governo a cumprir a meta fiscal?
O governo Lula (PT) avalia realizar ainda este ano um leilão das áreas não contratadas sob o regime de partilha da produção na Bacia de Santos.
Na prática, seria uma forma de antecipar receitas da União em reservatórios não contratados dos campos de Mero, Tupi e Atapu, grandes áreas produtoras no pré-sal.
- A agência eixos apurou que o objetivo é ajudar nas contas públicas, cumprindo a meta fiscal aprovada em março e que prevê um superávit de R$ 15 bilhões em 2025.
A estatal PPSA está em preparação para assumir a operação e promoção da concorrência, segundo a diretora técnica da companhia, Tabita Loureiro.
A oferta depende também da autorização do Congresso Nacional, já que não há previsão dessa venda de direitos da União sobre a área não contratada.
- Já foram assinados Acordos de Individualização da Produção (AIP), para equacionar os direitos das operadoras dos contratos.
- A atratividade seria garantida pelo fato de que os reservatórios já estão descobertos e em produção.
Não é a primeira vez que o governo avalia maneiras de antecipar os recursos a serem recebidos nas áreas de partilha.
- Durante a gestão de Jair Bolsonaro, um projeto enviado ao Congresso tentou encerrar o regime e vender todo o óleo ao qual a União teria direito nos contratos de partilha.
- A expectativa, que não prosperou, esperava antecipar R$ 398 bilhões à vista, com a perda de R$ 1 trilhão em receitas da União no longo prazo.
Desta vez, a volatilidade nos preços do barril no mercado internacional é um fator que pesa contra as ambições do governo.
- São fatores de incerteza sobre as cotações do petróleo a guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos durante a presidência de Donald Trump, além das tensões geopolíticas na Ucrânia e em Israel.
- A recente escalada no conflito entre o Paquistão e a Índia — terceiro maior importador global de petróleo — também são um fator de preocupação para as cotações.
Preço do barril. Os contratos futuros do petróleo fecharam com forte valorização na quinta-feira (8), em meio ao otimismo generalizado sobre o acordo comercial dos Estados Unidos com o Reino Unido, além do início das negociações com a China, programado para esta semana.
- Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para junho subiu 3,17% (US$ 1,84), fechando a US$ 59,91 o barril.
Etanol norte-americano no Reino Unido. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em entrevista coletiva na quinta-feira (8) que chegou a um “tremendo” acordo com o Reino Unido e que levará o comércio com os britânicos a novos patamares.
- De acordo com o republicano, o acordo será concluído nos próximos dias, prevê o aumento ao acesso para carne bovina e etanol dos EUA, bem como ao mercado para exportações norte-americanas.
Mais tempo para montadoras europeias. O Parlamento Europeu aprovou na quinta (8) a flexibilização das metas de emissões de CO2 para carros e vans novos que deveriam começar a valer este ano.
- Com a alteração, os fabricantes poderão cumprir suas obrigações para os anos de 2025, 2026 e 2027, calculando a média de desempenho ao longo do período de três anos.
Russos de olho no urânio e no lítio. A estatal russa Tenex, subsidiária da Rosatom, manifestou interesse em ampliar a atuação no Brasil, com foco na exploração de urânio e lítio — dois minerais estratégicos para a transição energética.
- A declaração ocorreu na quinta (8), durante reunião com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), que cumpre agenda oficial acompanhando a comitiva do presidente Lula (PT).
Colaboração também com a China. Durante encontro com o presidente da China, Xi Jinping, em Moscou, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que os dois países trabalham na implementação de 86 projetos conjuntos avaliados em mais de US$ 200 bilhões. A área energética continua sendo o carro-chefe da relação.
- O presidente russo anunciou que a nova rota de gás do Extremo Oriente deve começar a operar em 2027, com fornecimento anual de até 10 bilhões de metros cúbicos à China.
Papa climático. O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi apresentado no início da tarde de quinta (8) como o 267º papa da Igreja Católica. Ele escolheu o nome de Leão XIV.
- Sucessor do papa Francisco, o novo pontífice é o primeiro papa agostiniano. Também é conhecido por defender ações urgentes em relação à mudança climática, enfatizando o impacto desproporcional sobre as comunidades mais pobres e vulneráveis.
Créditos de carbono. A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que permite o uso do crédito de carbono para pagamento de impostos relativos à agropecuária.
- A medida que consta no Projeto de Lei 1436/24, do deputado Lucio Mosquini (MDB-RO), recebeu parecer favorável do relator, deputado Tião Medeiros (PP-PR).
Importação de gás. A Eneva obteve autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para importar até 3 milhões de m³/dia de gás natural da Argentina e da Bolívia por um período de dois anos.
- O aval prevê a entrega em Corumbá (MS), Cáceres (MT) e Uruguaiana (RS), por meio de gasodutos. A Bolívia é a rota existente de integração entre Argentina e Brasil.
- Em março, a Eneva fechou um acordo com a Pampa Energía para a importação da Argentina via Bolívia.
Modicidade tarifária. O saldo da Conta Regulatória das transportadoras de gás natural deveria ser usado, prioritariamente, para ajudar a reduzir as tarifas, na visão dos usuários dos gasodutos.
- Atores de diferentes elos da cadeia pedem à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no entanto, que os recursos da conta, da ordem de centenas de milhares de reais, sejam revertidos em modicidade tarifária de forma mais rápida que o mecanismo atual.
- As transportadoras, por sua vez, pedem um regulamento mais claro sobre como deve funcionar a conta, diante da existência de alguns limbos na regulação vigente.
Opinião: Alegando querer capturar o “preço de oportunidade” regional, a Petrobras ignora que, em um mercado competitivo, o preço eficiente é naturalmente estabelecido pelos agentes em condições simétricas, escreve o presidente do Sindigás, Sérgio Bandeira de Mello.
Peso no bolso dos mais pobres. A energia elétrica impacta em 23% o valor final da cesta básica no Brasil, apontou um estudo da consultoria PSR, em parceria com a Aliança Global de Energia para as Pessoas e o Planeta (GEAPP).
- Segundo a análise, a população mais pobre gasta até 18% da renda com eletricidade. A conclusão é que os subsídios e encargos pesam principalmente entre as famílias carentes.