EUA prometem cortar financiamento internacional para fósseis

EUA prometem cortar financiamento internacional para fósseis

Os Estados Unidos vão estabelecer um plano para por fim ao seu financiamento internacional para projetos de combustíveis fósseis com recursos públicos, afirmou o enviado especial para o Clima e ex-secretário de Estado, John Kerry, durante o Fórum Econômico Mundial.

O governo Biden também pretende interpor a oferta de áreas públicas marítimas para exploração de petróleo e, ao invés disso, licenciar os espaços para instalação de parques eólicos offshore.

As medidas, classificadas pelo próprio Biden como “ambiciosas”, atingem imediatamente o setor de óleo e gás, proibindo novas explorações em áreas públicas, determinando que as agências federais eliminem subsídios a combustíveis fósseis e definindo que a produção de energia eólica no país precisa dobrar até 2030.

O ano de 2030 está sendo considerado crucial pelo novo governo norte-americano.

Em Davos, Kerry afirmou que o mundo precisa cortar as emissões globais de gases do efeito estufa pela metade até 2030 para combater as mudanças climáticas, ainda que isso nos faça permanecer com 66% de chance de vermos a temperatura média da terra subir mais de 1,5 º C.

“Isso significa que precisamos enfrentar nosso dilema com o carvão cinco vezes mais rápido do que estamos fazendo. Temos que aumentar a reposição de cobertura vegetal cinco vezes mais rápido e temos que promover o crescimento de energias renováveis seis vezes mais rápido, Precisamos fazer a transição para veículos elétricos 22 vezes mais rápido”, afirmou Kerry.

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Críticas à China

O representante do governo Biden usou sua fala para cobrar empenho e transparência de outras nações. Segundo ele, o mundo precisa dispor de com formas de inspeção e medição genuínas para acompanhar as promessas de redução de emissões de cada país.

Em uma crítica direta às metas de redução da China, Kerry afirmou que não se tem “a menor ideia” de como essas promessas serão cumpridas.

O enviado especial dos EUA  também pediu empenho do setor privado, sobretudo para ajudar a mobilizar os trilhões de dólares em financiamento que são necessários para investimentos e inovação para transformar a economia mundial em uma economia de baixo carbono.

“Tudo isso é tangível se nos planejarmos, investirmos e se direcionarmos nossos esforços para a direção certa”, disse.

Kerry ainda antecipou que os Estados Unidos planejam sediar um fórum climático internacional no Dia da Terra, em 22 de abril.

O evento fará parte do esforço norte-americano para retomar protagonismo na agenda global, depois do governo de Donald Trump, que Kerry classificou como “anos perdidos sem lutar contra as mudanças climáticas”.

As ações do novo governo Biden foram comemoradas no Fórum de Davos por outro veterano democrata, o ex-vice-presidente Al Gore, para quem, “os Estados Unidos estão de volta” no debate sobre o clima.

“São apenas sete dias desde a posse de Joe Biden como presidente e já houve um incrível volume de atividades. Desde de a posse de Franklin Roosevelt, em 1933 não vemos um início tão veloz e competente para uma nova gestão”, disse.

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