A Total decidiu deixar o API (American Petroleum Institute) a partir de 2021, “após uma análise detalhada das posições climáticas” da associação de petroleiras, com sede nos EUA. O API é um dos principais grupos de lobby do setor petrolífero no mundo.
Em setembro de 2020, a Total publicou um conjunto de diretrizes para atingir a neutralidade de emissões. O relatório Getting to Net Zero detalha as metas da Total para zerar as emissões líquidas até 2050.
“Após as revisões de 2019 e 2020, as posições da API foram avaliadas como “parcialmente alinhadas” com as do grupo”, disse a Total, em nota.
Ela citou a resistência da API ao papel do gás natural e à decisão da associação de fazer lobby contra regras para limitas as emissões de metano nas operações de óleo e gás. A Total se diz favorável às restrições desde 2019.
“Além disso, a API deu seu apoio durante as últimas eleições [dos EUA] a candidatos que argumentaram contra a participação dos Estados Unidos no Acordo de Paris”, completou a Total.
O republicano derrotado nas eleições, Donald Trump, retirou o EUA do Acordo de Paris e o democrata Joe Biden promete colocar de volta, por exemplo.
“Como uma organização baseada em seus membros, não apoiamos o subsídio de energia porque isso distorce o mercado e, em última análise, se mostra prejudicial aos consumidores. Nosso foco continua a ser tomar medidas significativas e definir políticas para reduzir as emissões e garantir o acesso a energia confiável e acessível”, afirmou a API, em resposta à Total.
A API tem centenas de membros, entre eles as grandes petroleiras internacionais, como a Equinor, ExxonMobil e Shell.
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“O grupo [Total] reconhece a considerável contribuição da API, por mais de um século, para o desenvolvimento da nossa indústria. No entanto, como parte de nossa ambição climática, tornada pública em maio de 2020, estamos comprometidos em garantir, de forma transparente, que as associações do setor das quais somos membros adotem posições e mensagens alinhadas com as do grupo na luta contra as mudanças climáticas”, disse Patrick Pouyanné, Presidente e CEO da Total.
A Total cita a falta de alinhamento com a API sobre políticas de subsídios para veículos elétricos e precificação do carbono.
Segundo a Total, suas filiações são revistas anualmente e precisam atender às posições climáticas do grupo, baseada em seis pontos-chave:
- Sem negacionismo: posição baseada no consenso científico de as mudanças climáticas são causadas pelas atividades humanas e um mero fenômeno natural inevitável;
- Alinhamento com Acordo de Paris e a meta de limitar o aquecimento global em 1,5ºC;
- A necessidade de implementação da precificação de carbono;
- A confiança no papel fundamental do gás natural como combustível de transição energética;
- O apoio da Total às políticas e iniciativas que promovam o desenvolvimento de energia renovável;
- A defesa do desenvolvimento de captura e armazenamento de CO2
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