NESTA EDIÇÃO.Renovação das concessões de distribuição tem dificuldades para avançar.
Aramco e BYD ampliam colaboração para veículos eletrificados.
Transição energética é prioridade para maioria dos empresários brasileiros, aponta pesquisa.
Um petroleiro permanece em estado grave após acidente no campo de Cherne que provocou 32 internações hospitalares.
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Impasse na Aneel adia decisões sobre renovações na distribuição de energia
Pela segunda vez, a reunião de diretoria da Aneel foi concluída sem uma solução para a renovação da concessão de distribuição da EDP Espírito Santo, que vence em julho.
O caso é apenas o primeiro dos 19 contratos que vencem até 2031 e tiveram pedidos de renovação apresentados à agência.
Na terça-feira (22/4), os diretores divergiram sobre as exigências de qualidade na prestação de serviço.
- A área técnica da Aneel e a relatora do caso, a diretora-substituta Ludimila Lima, apontaram que a EDP cumpriu com os requisitos e pode renovar o contrato.
- No entanto, o diretor Fernando Mosna está propondo a adoção critérios mais rígidos para indicadores de duração e frequência da interrupção do suprimento para a renovação das demais empresas, além da realização de audiências públicas.
O caso da EDP é considerado importante pois vai criar os precedentes para a análise dos demais pedidos de renovação das concessões.
- Segundo o decreto que estabelece as regras para a extensão dos contratos, a Aneel tem 60 dias para concluir a análise, mas Mosna defende que o prazo é apenas indicativo.
Caso a proposta de Mosna seja adotada, pode haver dificuldades para a renovação das concessões que tiveram maiores problemas no suprimento de energia nos últimos anos, como a Enel em São Paulo e no Rio de Janeiro e a RGE, do grupo CPFL no Rio Grande do Sul.
- As áreas atendidas pela Enel em São Paulo sofreram com apagões em 2023 e 2024 após fortes chuvas, o que levou a um debate sobre a possibilidade de cancelamento do contrato da empresa italiana.
- Os problemas, inclusive, já levaram a um endurecimento na rigidez das regras para a extensão das concessões, que preveem agora que as concessionárias terão que ressarcir consumidores de áreas urbanas que passarem por quedas de energia de mais de 24 horas de duração.
Mercado livre de energia. O risco de problemas de inadimplência no ambiente livre de energia elétrica brasileiro ainda é alto, por isso é importante adotar soluções que ampliem a segurança do segmento, defende a CEO da N5X, Dri Barbosa. A executiva lembra que o mercado brasileiro tem passado por problemas com o cumprimento de contratos em intervalos de cerca de um ano e meio.
- A N5X lança na quarta (23/4) a sua própria ferramenta para uma tela de negociações de contratos de comercialização de energia. A expectativa é ampliar a liquidez do mercado, além de melhorar a governança e a estabilidade das negociações.
Reforma do setor elétrico. As propostas apresentadas pelo Ministério de Minas e Energia podem tirar a atratividade do mercado livre de energia, na visão da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace).
- Segundo a entidade, o projeto promove uma transferência de custos entre os consumidores, sem combater subsídios. A Anace argumenta que os subsídios apenas serão realocados dos consumidores cativos para aqueles que migrarem para o ambiente livre.
Imposto sobre equipamento de geração solar. Um projeto de decreto legislativo em análise na Câmara dos Deputados suspende a resolução do governo de 2024 que revogou regimes de ex-tarifários para inversores fotovoltaicos.
- O ex-tarifário (sigla para exceção tarifária) é um mecanismo que permite a isenção temporária do imposto de importação para os bens de capital e de informática.
China, Brasil e as baterias. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), segue na China, em uma série de agendas bilaterais com executivos chineses de empresas nos setores de energia, mineração e mobilidade. A agenda antecede a visita oficial de Lula (PT) à China, prevista para o mês que vem.
- Na terça (22), Silveira foi recebido em Xangai por executivos do China Baowu Steel Group Corporation e da Vale. O grupo chinês pretende aprofundar a colaboração com a companhia brasileira em soluções de baixo carbono para a cadeia produtiva do aço.
- Antes, o ministro e o vice-presidente da BYD na América Latina, Oscar Su, se reuniram para alinhar investimentos de expansão de carros elétricos e de soluções de baterias.
Por falar em veículos elétricos… a Aramco, empresa integrada de energia e produtos químicos, e a fabricante de veículos elétricos e baterias BYD vão explorar uma colaboração mais estreita em novas tecnologias para veículos, o que inclui 100% elétricos, híbridos, ou a células a hidrogênio.
Transição energética é prioridade para maioria dos empresários brasileiros, segundo pesquisa da consultoria Savanta. De acordo com o levantamento, 89% dos líderes empresariais querem que o país tenha um sistema elétrico majoritariamente baseado em energias renováveis até 2035.
Guerra comercial. As tarifas dos Estados Unidos estão desafiando um dos maiores sucessos de exportação do país na última década: o comércio de propano com a China. A enxurrada de impostos de importação tornou o propano norte-americano proibitivamente caro para as usinas chinesas que o utilizam como ingrediente para a produção de plástico.
Explosão em plataforma. Pelo menos um petroleiro permanece em estado grave e mais nove ainda estão internados após a explosão na plataforma PCH-1 operada pela Petrobras, no campo de Cherne, na bacia de Campos, na segunda-feira (21). O acidente provocou 32 internações hospitalares.
O preço da gasolina ficou estável na primeira quinzena de abril, enquanto o etanol e o diesel S-10 tiveram quedas, segundo o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
- O diesel S-10 teve a maior redução no período, de 1,36%, com preço médio de R$ 6,39 o litro, puxado pela redução anunciada pela Petrobras em 1º de abril.
Barril de petróleo. Os contratos futuros de petróleo recuperaram parte das perdas e fecharam o pregão de terça (22/4) em alta, com novas sanções dos Estados Unidos ao Irã. A amenização do clima contou com comentários de representantes do governo Trump indicando progresso nas negociações de tarifas com a China.
- O Brent para junho avançou 1,78% (US$ 1,18), para US$ 67,44 o barril.