Importadores vão ao Cade por reajustes nos preços dos combustíveis; caminhoneiros falam em greve

Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro. Tânia Rêgo/Agência Brasil
Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro. Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Editada por Gustavo Gaudarde
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A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) protocolou na sexta (8) novo ofício no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) acusando a Petrobras do que considera práticas de preços de combustíveis “predatórias”, informou o presidente-executivo da entidade, Sergio Araujo.

— Segundo o executivo, há “fortes indícios” de que o governo interfere nos preços da Petrobras, “com prejuízos para importadores e acionistas”. Para ele, a situação está “insuportável”, com defasagem de preços de diesel e gasolina da Petrobras ante o mercado internacional.

— De acordo com dados da Abicom, a defasagem média do preço do diesel está em R$ 0,22 por litro, enquanto a da gasolina se encontra em R$ 0,31. Forbes, com Reuters

— Outro segmento que reclama dos preços da Petrobras é o de etanol. Edmundo Barbosa, presidente do Sindálcool, da Paraíba, alerta para a necessidade de a Petrobras fazer o repasse cheio.

— “Atraso nos reajustes gera desrespeito aos acionistas e prejuízos para a Petrobras e toda a cadeia do etanol”, diz ele. Money Times

— Os reajustes mais recentes da Petrobras foram feitos há duas semanas: em 29 de dezembro, o diesel subiu 4% e a gasolina 5%. Com o reflexo do mercado internacional, os preços caíram ao longo do ano, até maio, e depois voltaram a subir.

— Em 2020, o diesel da Petrobras acumulou uma queda de preço de 13% e a gasolina, de 4%, segundo a companhia.

A pressão por reajustes nos combustíveis pela Petrobras tende a aumentar ainda mais, após os preços do petróleo atingirem o maior nível em quase um ano na sexta (8/1), acumulando alta de 8% na semana passada, apoiados pela promessa de cortes de produção pela Arábia Saudita e por fortes ganhos nos mercados acionários.

— O Brent fechou a sexta em alta de US$ 1,61, ou 3%, a US$ 55,99 o barril, com ganho de 8,1% na semana. Já o WTI subiu US$ 1,41, ou 2,8%, para US$ 52,24 o barril, o mais alto patamar desde o final de fevereiro, com ganho semanal de 7,7%. UOL, com Reuters

Caminhoneiros falam em paralisação em 1º de fevereiro. O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e a Associação dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), que cobram aumento do valor dos valores mínimo de frete regulados pela ANTT, são críticos ao BR do Mar e se queixam do preço do diesel. Estadão

—  BR do Mar é o projeto do Ministério da Infraestrutura para estimular a navegação por cabotagem. É uma das prioridades do governo no Congresso Nacional.

Produção recorde em 2020 A Petrobras registrou recordes na sua produção anual de óleo e na sua produção anual total em 2020. No último ano, a petroleira produziu 2,28 milhões de barris por dia (bpd) de óleo e 2,84 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). Os recordes anteriores ocorreram em 2015, de 2,23 milhões de bpd e 2,79 milhões de boed.

— Resultado da produção acima da capacidade nominal de processamento no campo de Búzios, no pré-sal de Santos; menor número de intervenções para combate à corrosão por CO2 nos dutos submarinos de injeção de gás; menor declínio de produção nos campos de Tupi (ex-Lula) e Sapinhoá, em Santos; e maior eficiência nas paradas de produção nas plataformas.

Mudanças na Enauta. O engenheiro Carlos Mastrangelo vai assumir a diretoria de Produção da Enauta, em substituição a Danilo Oliveira, que atua há 16 anos na companhia. Sua nomeação será deliberada em 8 de fevereiro, em reunião do Conselho de Administração da companhia.

— Mastrangelo atua há mais de 35 anos no setor de óleo e gás, com grande parte da sua carreira na Petrobras e na SBM Offshore. Ele se notabilizou pelo desenvolvimento dos FPSOs como uma solução viável para produção em águas profundas. epbr

Petrobras reabre PDV A Petrobras reabriu um plano de demissão voluntária (PDV) de 2019 que havia encerrado há seis meses. Empregados com direito a receber aposentadoria pelo INSS desde novembro de 2019 terão até 31 de janeiro para optar por deixar a empresa.

— Num primeiro momento, 9,4 mil trabalhadores se inscreveram nesse programa, o que representou um índice de adesão de 94%, considerando o total de funcionários elegíveis.

— A Federação Única dos Petroleiros (FUP) acusa a Petrobras de manter um efetivo de pessoal inferior à sua necessidade, comprometendo a segurança e a qualidade da operação. Diz também que a companhia não tem treinado devidamente os substitutos do pessoal que vem aderindo aos PDVs. Estadão

Consumo elétrico sobe. Em dezembro, houve crescimento de 3,3% no consumo de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) na comparação com igual mês de 2019. Os dados, ainda preliminares, integram o boletim InfoMercado Quinzenal, publicado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

— O resultado, diz a CCEE, reflete a forte ampliação do mercado livre, que teve alta de 13,4% no período. Já o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) teve leve retração, de 0,8%.

— Boa parte dessas variações decorrem da migração de consumidores entre os segmentos. Se expurgarmos esse efeito, houve aumento de 8,1% no Ambiente de Contratação Livre (ACL) e de 1,4% no mercado regulado.

— Mesmo desconsiderando da conta as novas cargas migradas ao longo do último ano, apenas quatro segmentos, dos 15 verificados, apresentaram retração em seus resultados de dezembro: comércio (-2,7%), telecomunicações (-2,8%), transporte (-6,6%) e serviços (-8,0%). Os demais aumentaram os volumes consumidos na comparação com igual mês de 2019.

— Os destaques foram os segmentos de têxteis (27,1%), veículos (24,7%) e manufaturados diversos (16,4%). A CCEE destaca ainda algumas indústrias eletrointensivas, como metalurgia e produtos de metal (14,1%), extração de minerais metálicos (7,6%) e químicos (7,3%).

ONS projeta menos carga e chuvas. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) cortou ligeiramente suas previsões para o desempenho da carga de energia do sistema brasileiro em janeiro e sobre as chuvas na região das hidrelétricas, a principal fonte de geração do país.

— A demanda por eletricidade deve fechar o mês com avanço de 2,4% na comparação anual, em 77.338 MW médios, apontou o ONS em boletim na sexta (8/1), reduzindo expectativa da semana anterior, que indicava alta de 2,5%.

— Houve pequena redução nas projeções para a carga em todas as regiões, exceto o Nordeste, onde deve haver alta de 3%, ante 2,7% esperados na semana anterior. No Sudeste/Centro-Oeste, a demanda deve crescer 2,6% ano a ano, abaixo dos 2,8% antes previstos.

— Já as precipitações na região dos lagos das hidrelétricas devem se manter distantes da média histórica. O Sudeste, que concentra os maiores reservatórios, deve receber chuvas em 71% da média histórica, ante 79% estimados anteriormente. O Nordeste deve ficar em 42% da média, também abaixo dos 48% previstos antes. UOL, com Reuters

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