O preço da gasolina ficou estável na primeira quinzena de abril, enquanto o etanol e o diesel S-10 registraram quedas, informa o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O diesel S-10, menos poluente e mais vendido, teve a maior redução no período, de 1,36%, com preço médio de R$ 6,39 o litro, puxado pela redução anunciada pela Petrobras em 1º de abril.
De acordo com o balanço, o preço médio nacional do diesel S-10 atingiu seu maior patamar na segunda semana de fevereiro, a R$ 6,54 por litro. Desde então, a trajetória tem sido de queda, destaca o Veloe, um hub de mobilidade e gestão de frota criado em 2018 pelo Banco do Brasil e Bradesco.
“O resultado foi, ao menos em parte, influenciado pela redução promovida pela Petrobras nos preços nas refinarias logo no início de abril (dia 1º), que reduziu o valor em R$ 0,17 por litro”, informa. Em 18 de abril, a estatal concedeu uma nova redução no diesel, da ordem de 3,3%, o que deve reduzir ainda mais o preço do combustível.
O levantamento mostra também que os demais combustíveis analisados — gasolina comum e etanol — apresentaram reduções nos seus preços nesse mesmo intervalo. No caso do combustível fóssil, a queda do preço médio nacional foi de 0,02%, passando de R$ 6,45 para R$ 6,41 na segunda semana de abril. Quanto ao biocombustível, a redução foi de 0,51%, passando a média de R$ 4,45 para R$ 4,39 por litro.
No caso da gasolina comum, as quedas mais acentuadas envolveram postos do Distrito Federal, da ordem de 2,6%, seguido pelo Rio Grande do Norte, com baixa de 1,9%; e Goiás, de 1,7%. Já no sentido contrário, Alagoas teve a maior alta do produto, de 2,6%, seguido pelo Ceará, em alta de 2,5%.
Para o etanol, as reduções mais expressivas foram encontradas em Goiás, de 4,4%; Distrito Federal, com menos 2,4%; e Rio Grande do Norte, queda de 1,4%. No Ceará foi encontrada a maior alta, de 4,9%, próxima a do etanol vendido no Piauí, que subiu 4,8% nos primeiro quinze dias de abril.
No diesel S-10, as reduções foram mais generalizadas, destacando-se os valores médios no Rio Grande do Sul, de 2,2%; Tocantins, de 2,1% e Piauí, de 1,8%. O Amapá e Alagoas foram os únicos estados que registraram alta do combustível, de 2,4% e 1,5%, respectivamente.
Abicom: gasolina segue acima do mercado internacional
As janelas para importação de diesel voltaram a se fechar no Brasil após a redução de 3,3% do preço do combustível pela Petrobras, no último dia 18, enquanto o preço da gasolina se mantém acima do mercado internacional e favorável à importação, informa o relatório desta terça-feira (22/4) da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) em parceria com a StoneX.
Com referência no fechamento da segunda-feira (21), o diesel está em média 1% abaixo dos preços externos e a gasolina, 2% acima nos seis polos de importação no Brasil (Itaqui, Suape, Paulínia, Araucária, Itacoatiara e Aratu).
Em polos de importação como Paulínia (SP) e Araucária (PR), a gasolina registra paridade com o preço internacional, enquanto no polo de Itacoatiara (AM) o preço do combustível está 5% mais caro nas refinarias da Petrobras.
No polo de Aratu (BA), que baliza os preços da Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, a gasolina está 2% mais cara e o diesel opera em paridade com o mercado internacional. A gasolina está há 287 dias sem reajuste nas refinarias da Petrobras, enquanto Mataripe muda seus preços semanalmente.
O petróleo vem se recuperando nos últimos dias e, nesta terça-feira, até o fechamento deste texto, operava em alta de 0,39%, cotado a US$ 66,87 o barril, enquanto o dólar caía 0,04%, a R$ 5,7.
Estoques baixos nos Estados Unidos e uma demanda maior do que o esperado contribuem para a melhora da commodity, que vem registrando grande volatilidade desde a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelas incertezas trazidas pela tarifação a outros países.