LYON (FR) — Transição energética é prioridade para empresários brasileiros, apontou pesquisa (.pdf) da consultoria Savanta encomendada por E3G, Beyond Fossil Fuels e We Mean Business Coalition.
De acordo com o levantamento, 89% dos líderes empresariais querem que o país tenha um sistema elétrico majoritariamente baseado em energias renováveis até 2035.
A pesquisa foi realizada em 15 países, incluindo o Brasil, com executivos de médias e grandes empresas. Dos participantes brasileiros, 63% consideraram que o maior benefício das fontes renováveis é a segurança energética.
Já 75% dos executivos brasileiros apoiam a substituição direta do carvão por fontes renováveis, sem a transição intermediária para o gás fóssil. Dos que defendem a necessidade de investimentos em energia limpa, mais de 90% querem o fim do carvão até 2035.
Entretanto, 41% dos entrevistados consideraram os custos iniciais da transição um obstáculo importante. Para a maioria deles, esse problema está relacionado, principalmente, às barreiras regulatórias e ao elevado custo de capital no Brasil.
Por isso, 45% dos executivos consideram necessária a realocação dos subsídios aos combustíveis fósseis para energias renováveis a fim de que seja cumprida a meta brasileira de cortar entre 59% e 67% das emissões até 2035.
Com relação às fontes energéticas utilizadas pelas empresas, 93% das organizações estão considerando investir em fontes renováveis locais para operações, das quais 50% consideram fazer isso nos próximos cinco anos.
Já 83% das companhias entrevistadas possuem ou estão desenvolvendo planos para eliminar os combustíveis fósseis e implementar energia renovável. Dessas, 43% pretendem eliminar o carvão de suas operações até 2030, e 27% até 2035. Do total, 66% planejam deixar de usar gás natural até 2035.
“Já avançamos muito por meio dos nossos planos de transição climática e estamos trabalhando de forma colaborativa com nossos fornecedores para ajudá-los a migrar dos combustíveis fósseis para a energia limpa. Este movimento é urgente. Requer colaboração. Precisamos estar do lado certo da história, e a ação é agora”, disse, em nota, a head de Mudanças Climáticas e Economia Circular da Natura, Fernanda Facchini.