Eólica na mira de Trump

Governo dos EUA ordena suspensão de obras de parque eólico offshore da Equinor

Empreendimento está sendo construído da costa do estado de Nova York, com capacidade de 2,1 GW

Visualização do projeto de Empire Wind 1 (Foto Divulgação Equinor)
Visualização do projeto de Empire Wind 1 (Foto Divulgação Equinor)

LYON (FR) — O Bureau of Ocean Energy Management (Boem), dos Estados Unidos, ordenou, na quarta-feira (16/4), a paralisação da construção da plataforma continental externa do empreendimento de eólicas offshore Empire Wind até que o órgão conclua sua análise.

“A aprovação do projeto foi apressada pela administração anterior, sem análise ou consulta suficientes entre as agências relevantes quanto aos possíveis efeitos do projeto. Essa paralisação permanecerá em vigor até que uma nova análise seja concluída para tratar dessas deficiências graves”, disse o secretário do Interior, Doug Burgum, em carta enviada para o Boem. A informação foi dada primeiro pelo New York Post.

A decisão faz parte das políticas do presidente do país, Donald Trump, de desincentivo às energias renováveis e investimento nas fósseis. No mesmo dia da sua posse, em 20 de janeiro, ele assinou um decreto suspendendo temporariamente a emissão de novas licenças para projetos de energia eólica onshore e offshore.

O governo dos EUA assinou o contrato de arrendamento do projeto em 2017 — época do primeiro mandato de Trump. A iniciativa obteve todas as licenças necessárias e está sendo desenvolvida sob contrato com a New York State Energy Research and Development Authority (Nyserda) para fornecimento de eletricidade para o estado de Nova York. 

A planta está sendo construída na costa do estado e terá potência de 2,1 gigawatts (GW), o equivalente ao consumo de 500 mil residências.

Em nota, a Equinor afirma que sua subsidiária Empire, empresa responsável pelo empreendimento, está dialogando com as autoridades competentes e considerando recursos legais.

Até o final de março, o Empire Wind tinha valor contábil bruto de cerca de US$ 2,5 bilhões e tinha utilizado, de financiamento por empréstimo, cerca de US$ 1,5 bilhão. Caso haja paralisação total do empreendimento, esse valor será reembolsado aos credores do financiamento e a Empire poderia ter que pagar taxas de rescisão aos seus fornecedores, explica a petroleira.

Em janeiro de 2024, a Equinor e a bp cancelaram o projeto Empire Wind 2, que teria potência de 1,26 GW. O motivo foi a falta de viabilidade financeira. As empresas já tinham um contrato de venda de créditos de carbono para a Nyserda.

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