Energia que Transforma

Força do onshore transforma interior do Nordeste, diz CEO da PetroRecôncavo

José Firmo defende que produção de gás em campos maduros gera empregos, investimentos e desenvolvimento socioeconômico nas regiões operadas pela companhia

Conteúdo Especial

A revitalização dos campos maduros de petróleo e gás no Brasil, especialmente no onshore, tem promovido uma transformação econômica profunda em cidades do interior do Nordeste. A avaliação é de José Firmo, presidente da PetroRecôncavo, que vê no modelo de múltiplos operadores um vetor de geração de emprego, renda e desenvolvimento regional.

“Esse impacto chega até a última padaria da última rua dessas cidades”, afirmou em entrevista ao projeto Energia que Transforma, uma parceria da agência eixos com a Abpip (Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás). Segundo Firmo, o setor movimenta economias locais, forma mão de obra e atrai novos investimentos, com efeitos imediatos e duradouros.

Produção com impacto social direto

Firmo lembra que, ainda como dirigente de entidades como a ABESPetro e o IBP, participou de discussões sobre o potencial dos campos maduros. Hoje, liderando a PetroRecôncavo, afirma ver esse impacto na prática: “Esses campos estavam em declínio de produção e investimento. Agora vemos investimento, emprego, renda e desenvolvimento socioeconômico”.

Ele destaca o papel das empresas independentes na manutenção da produção e na geração de renda local. Só a PetroRecôncavo impacta diretamente mais de 15 mil pessoas com empregos diretos e indiretos, sendo 93% da força de trabalho originária da região Nordeste. “Além de gerar renda, o setor cria empregos de alta produtividade. Os salários pagos no onshore superam em até cinco vezes os da indústria tradicional da região.”

Gás natural como pilar da transição energética

Atualmente, 43% da produção da PetroRecôncavo já é de gás natural. Firmo defende que o insumo deve ter papel central na matriz energética do Brasil nos próximos anos, substituindo fontes mais poluentes. “O Brasil importa GNL porque tem demanda. Nós podemos e devemos produzir esse gás aqui mesmo, com segurança e menor impacto ambiental.”

Ele cita projetos já aprovados pela empresa, como a nova unidade de processamento de gás em Miranga (BA), que receberá investimento de US$ 60 milhões nos próximos três anos. “Não é só o poço: a cadeia do gás traz junto desenvolvimento industrial.”

O executivo avalia que o momento é de aproveitar a janela de oportunidade global para os combustíveis fósseis. “O mundo vai transitar para energias de baixo carbono, mas isso levará tempo. Enquanto isso, temos que usar o petróleo e o gás para gerar desenvolvimento com responsabilidade.”

Compromisso ambiental e equilíbrio na matriz energética

Firmo defende um modelo de operação com licenciamento ambiental robusto e relações transparentes com os órgãos reguladores. Segundo ele, o gás é uma alternativa mais limpa que outras fontes fósseis e deve ser usado como ponte para a transição. “O petróleo vai se tornar obsoleto um dia. Até lá, essa é a oportunidade que temos de gerar desenvolvimento socioeconômico.”

Ao encerrar a entrevista, ele compartilhou uma lembrança pessoal. “Meu primeiro curso, meu primeiro voo na vida foi para Catu. Voltar agora, 35 anos depois, e ver o desenvolvimento não só de Catu, mas de Mossoró e das redondezas, é como fechar um ciclo da minha vida petroleira.”


Sobre o projeto Energia que Transforma

Energia que Transforma é uma iniciativa da agência eixos, em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), que mostra como a atuação das empresas independentes está transformando a vida nas regiões produtoras do Brasil.

O projeto inclui uma websérie mensal com entrevistas de produtores, reguladores, autoridades locais e representantes da sociedade. Também será realizado um seminário online com as principais lideranças para debater os impactos econômicos e sociais da produção independente no país.

Saiba mais em: eixos.com.br/energia-que-transforma

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