Mineração

Transição energética é uma das principais preocupações do mercado de mineração brasileiro, aponta EY

Devido à presença de minerais críticos, o Brasil é considerado um mercado estratégico para o setor

Mineração à céu aberto em Butiá, Rio Grande do Sul (Foto Saulo Cruz/MME)
Mineração à céu aberto em Butiá, Rio Grande do Sul | Foto Saulo Cruz/MME

LYON (FR) — Transição energética está entre as principais preocupações do mercado de mineração brasileiro, aponta levantamento da consultoria EY. Segundo o líder de Energia e Recursos Naturais da empresa, Afonso Sartorio, há uma demanda crescente do mercado por minerais da transição energética.

“Vemos um esforço dos países e das empresas para descarbonização e desenvolvimento social para as comunidades. Hoje, os projetos têm que ter menos emissões, contemplar diversos requerimentos de segurança, incluir uma negociação com as comunidades para entender as contrapartidas para os territórios e desenvolvimento socioeconômico local, dentre outros”, comenta Sartorio.

“Isso é ótimo para a evolução do setor, mas é importante pontuar que, consequentemente, também acaba fazendo com que os projetos levem mais tempo e/ou tenham custos operacionais maiores”, completa.

Além disso, questões geopolíticas aliadas à transição energética exigem um papel mais estratégico do setor. As reservas de minerais críticos tornam o Brasil um mercado estratégico para o setor.

“Os arranjos geopolíticos abrem riscos e oportunidades porque os países não querem ficar dependentes de uma única nação, afinal muitas geografias estão no setor com royalties e/ou propriedade de ativos minerais. Esses movimentos influenciam diretamente as estratégias de comercialização de um mercado tão globalizado”, explica Sartorio.

De acordo com a consultoria, outras preocupações do mercado de mineração são aumento de custos e produtividade; esgotamento de recursos e reservas; e mudanças climáticas. Muitos dos maiores riscos do mercado nacional aparecem, também, no estudo global da empresa.

No Brasil, a novidade foi o esgotamento de recursos entrar nas principais preocupações. Segundo Sartorio, isso pode ser uma oportunidade para alavancar projetos de mapeamento geológico no país. Além disso, há uma busca por iniciativas de aumento de produtividade após o crescimento da pressão inflacionária e cambial nos custos em 27% em 2024, em comparação com 2023.

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