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Petrobras reinicia mobilização para perfurar na Bacia da Foz do Amazonas

Companhia foi autorizada pelo Ibama a iniciar preparação da sonda

Marina Silva participa do lançamento do Edital de Concessão Florestal da Floresta Nacional do Jatuarana, em 10-2-2025 (Foto Rogério Cassimiro-MMA) 3
Marina Silva participa do lançamento do Edital de Concessão Florestal da Floresta Nacional do Jatuarana, em 10-2-2025 (Foto Rogério Cassimiro-MMA) 3

NESTA EDIÇÃO. Ibama libera início de limpeza da sonda que a Petrobras vai mobilizar para perfuração na Bacia da Foz do Amazonas
 
Nova política energética nos EUA vai alterar fluxos globais de petróleo e gás, diz S&P Global.
 
Associações pedem regulamentação da importação de biodiesel.
 
Aneel adia decisão sobre reajuste da tarifa da Light
 
Porto do Açu e Sempen assinam contrato para planta de amônia verde


EDIÇÃO APRESENTADA POR

Numa demonstração de otimismo nas atividades na Margem Equatorial, a Petrobras avança na segunda mobilização na tentativa de perfurar um poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas. 
 
Na terça (11), a companhia recebeu aval do Ibama para iniciar a limpeza da sonda que vai ser usada na atividade de avaliação pré-operacional e na perfuração de um poço em águas profundas no bloco FZA-M-59, na costa do Amapá. 
 
A diretora de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Copetti, disse a jornalistas em fevereiro que o início da limpeza da sonda daria andamento ao cronograma necessário até  o início da perfuração. 

  • A preparação da unidade deve levar cerca de duas semanas e a navegação até a locação tem previsão de durar mais três semanas. 
  • O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União/AP), afirmou que a autorização representa um “passo fundamental” para que a companhia obtenha a licença. Ele é a favor da atividade, pelo potencial de atração de investimentos para o estado. É a mesma posição do presidente Lula (PT).  

A perfuração ainda depende da obtenção da licença ambiental pelo Ibama. O pedido de licenciamento está sendo reanalisado pelo órgão, depois de uma primeira negativa.

  • O aval para a limpeza da sonda ocorre um dia depois de a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reiterar em entrevista ao programa Roda Viva que a decisão sobre o tema será técnica
  • Ao final de fevereiro, um parecer técnico do Ibama recomendou que a licença seja negada, conforme mostrou uma reportagem da Sumaúma.

A segunda tentativa de mobilização da Petrobras para a perfuração no bloco FZA-M-59 ocorre depois de uma despesa bilionária, que acabou frustrada.

  • A companhia chegou a prever que seria possível iniciar a campanha no fim de 2022, ainda no governo Jair Bolsonaro, e mobilizou a mesma sonda para a região, contratada a um custo da ordem de US$ 500 mil por dia.
  • A empresa mobilizou pessoal e equipamentos para a base de operações em Belém, no Pará. As despesas acumuladas ultrapassaram R$ 1 bilhão.
  • Após a negativa do Ibama, em maio de 2023, a unidade foi deslocada para o Sudeste. 


Profissionais para a Margem Equatorial. O programa “Autonomia e Renda”, da Petrobras, vai incluir a qualificação de mão de obra na região Norte do país para auxiliar na exploração da Margem Equatorial, disse a diretora de Assuntos Corporativos da estatal, Clarice Copetti, a jornalistas em fevereiro. A iniciativa passou a ser alvo de críticas do partido Novo na Câmara dos Deputados esta semana.
 
Poços órfãos. O tema tem sido um fator de disputa entre a ANP e a Petrobras. Num dos casos mais recentes, a agência reabriu o prazo para as alegações finais da empresa quanto ao não atendimento de realizar o abandono de um poço órfão em Iraúna (RN). 

  • A ANP tem reiterado que não tem responsabilidade em relação ao ressarcimento de qualquer valor empregado na realização dos serviços de abandono ou recuperação ambiental. A Petrobras condiciona a realização dos serviços ao ressarcimento

Brasil na Opep. O governo federal oficializou na terça-feira (11) a decisão de aderir ao fórum de cooperação com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). A medida, publicada no Diário Oficial da União por meio de resolução do CNPE, também abre caminho para o país integrar a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) e a Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena, em inglês).

Efeito Trump. A nova política energética dos Estados Unidos deve provocar mudanças nos fluxos globais de petróleo e gás, com impactos diretos para o Brasil. A avaliação é de Felipe Pérez, diretor de downstream da S&P Global. Confira a entrevista ao estúdio eixos durante a CERAWeek 2025

Preço do barril. Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta na terça-feira (11), depois que a Ucrânia atingiu a Refinaria de Petróleo de Moscou, essencial para o abastecimento de combustível na capital russa. A commodity também tem suporte no dólar enfraquecido no exterior.

  • Na Intercontinental Exchange, o Brent para maio avançou 0,40% (US$0,28), a US$ 69,56 o barril. 

Importação de biodiesel. Grandes entidades do setor de combustíveis no Brasil estão pressionando pela regulamentação da importação de biodiesel, visando ampliar a concorrência e reduzir os preços do produto no mercado interno.

  • Segundo as associações, o mercado de biodiesel no Brasil é dominado por um número reduzido de produtores, o que limita a contestação de preços

Petrobras quer entrar no etanol… Esse mercado representa uma oportunidade de negócio lucrativa, além de contribuir para a diversificação do portfólio da companhia, disse o diretor de Sustentabilidade e Transição Energética da estatal, Maurício Tolmasquim. 

…Enquanto Vibra se desfaz de biometano. A companhia anunciou a saída do capital da ZEG Biogás, adquirida em 2022 dentro da estratégia de diversificação dos negócios. A decisão ocorre num momento em que a indústria do gás natural se movimenta para cumprir o mandato do biometano previsto no Combustível do Futuro; e em que a Vibra, por sua vez, vê o seu endividamento crescer.

Orçamento das agências. Agentes regulados buscaram apoio da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo para articular apoio às agências reguladoras e evitar que novos contingenciamentos voltem a paralisar atividades vitais.

  • A frente será presidida este ano pelo deputado do Rio, Julio Lopes (PP), autor do projeto de criação do Operador Nacional do Sistema de Combustíveis (ONSC) 

Tarifa da Light. A diretoria da Aneel discutiu na reunião de terça (11) o reajuste tarifário anual da distribuidora de energia no Rio de Janeiro, mas adiou a decisão final para a próxima semana devido a divergências entre os diretores. 

  • Os diretores concordaram por unanimidade que parte do desconto na tarifa, que poderia chegar a 11,96% em média, deve ser adiado para amortecer variações nas contas de luz. 

Belo Monte. O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que os indígenas afetados pela construção da hidrelétrica no Pará devem receber 100% do valor repassado à União como participação dos resultados do empreendimento. A decisão liminar tem efeitos imediatos, mas será submetida ao plenário para confirmação dos demais ministros.

Hub de hidrogênio. O Porto do Açu e a Sempen, empresa especializada na produção de combustíveis renováveis, assinaram um contrato de reserva de área para a instalação de uma planta de produção de amônia verde no porto-indústria. 

  • O empreendimento terá capacidade de produção de um milhão de toneladas anuais e a decisão final de investimento está prevista para 2027-2028, com início da operação em 2030.

Híbridos em MG. A Stellantis anunciou a contratação de 400 engenheiros para o centro dedicado ao desenvolvimento de carros híbridos, cuja inauguração aconteceu nesta quinta-feira (11), em Betim (MG), e contou com a participação do presidente Lula e do ministro Alexandre Silveira. O grupo planeja investir R$ 30 bilhões no Brasil até 2030.
 
Exportação de Urânio. A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) assinou contrato com a Internexco GmbH, do grupo russo Rosatom, para a exportação de até 275 mil kg de concentrado de urânio (U308) produzidos na Unidade de Concentração de Urânio em Caetité, na Bahia. O volume passará por duas etapas de beneficiamento no exterior: conversão e enriquecimento.
 
Tropicalização do mercado de carbono. O BNDES e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima lançaram uma consulta pública para levantar demandas na certificação de carbono no Brasil.  A intenção é identificar mecanismos financeiros capazes de ajudar a desenvolver certificadoras de projetos voltadas à realidade de florestas tropicais. Leia na Diálogos da Transição.
 
COP30. A Comissão de Meio Ambiente aprovou a criação de uma subcomissão temporária para acompanhar preparativos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). A subcomissão terá prazo de 300 dias para fazer o acompanhamento das ações de planejamento, infraestrutura e logística, além da compatibilidade das discussões com “as expectativas e os interesses do Brasil e da comunidade internacional”.

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