NESTA EDIÇÃO. Ibama libera início de limpeza da sonda que a Petrobras vai mobilizar para perfuração na Bacia da Foz do Amazonas.
Nova política energética nos EUA vai alterar fluxos globais de petróleo e gás, diz S&P Global.
Associações pedem regulamentação da importação de biodiesel.
Aneel adia decisão sobre reajuste da tarifa da Light.
Porto do Açu e Sempen assinam contrato para planta de amônia verde.
EDIÇÃO APRESENTADA POR
Petrobras reinicia mobilização para perfurar na Bacia da Foz do Amazonas
Numa demonstração de otimismo nas atividades na Margem Equatorial, a Petrobras avança na segunda mobilização na tentativa de perfurar um poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas.
Na terça (11), a companhia recebeu aval do Ibama para iniciar a limpeza da sonda que vai ser usada na atividade de avaliação pré-operacional e na perfuração de um poço em águas profundas no bloco FZA-M-59, na costa do Amapá.
A diretora de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Copetti, disse a jornalistas em fevereiro que o início da limpeza da sonda daria andamento ao cronograma necessário até o início da perfuração.
- A preparação da unidade deve levar cerca de duas semanas e a navegação até a locação tem previsão de durar mais três semanas.
- O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União/AP), afirmou que a autorização representa um “passo fundamental” para que a companhia obtenha a licença. Ele é a favor da atividade, pelo potencial de atração de investimentos para o estado. É a mesma posição do presidente Lula (PT).
A perfuração ainda depende da obtenção da licença ambiental pelo Ibama. O pedido de licenciamento está sendo reanalisado pelo órgão, depois de uma primeira negativa.
- O aval para a limpeza da sonda ocorre um dia depois de a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reiterar em entrevista ao programa Roda Viva que a decisão sobre o tema será técnica.
- Ao final de fevereiro, um parecer técnico do Ibama recomendou que a licença seja negada, conforme mostrou uma reportagem da Sumaúma.
A segunda tentativa de mobilização da Petrobras para a perfuração no bloco FZA-M-59 ocorre depois de uma despesa bilionária, que acabou frustrada.
- A companhia chegou a prever que seria possível iniciar a campanha no fim de 2022, ainda no governo Jair Bolsonaro, e mobilizou a mesma sonda para a região, contratada a um custo da ordem de US$ 500 mil por dia.
- A empresa mobilizou pessoal e equipamentos para a base de operações em Belém, no Pará. As despesas acumuladas ultrapassaram R$ 1 bilhão.
- Após a negativa do Ibama, em maio de 2023, a unidade foi deslocada para o Sudeste.
Profissionais para a Margem Equatorial. O programa “Autonomia e Renda”, da Petrobras, vai incluir a qualificação de mão de obra na região Norte do país para auxiliar na exploração da Margem Equatorial, disse a diretora de Assuntos Corporativos da estatal, Clarice Copetti, a jornalistas em fevereiro. A iniciativa passou a ser alvo de críticas do partido Novo na Câmara dos Deputados esta semana.
Poços órfãos. O tema tem sido um fator de disputa entre a ANP e a Petrobras. Num dos casos mais recentes, a agência reabriu o prazo para as alegações finais da empresa quanto ao não atendimento de realizar o abandono de um poço órfão em Iraúna (RN).
- A ANP tem reiterado que não tem responsabilidade em relação ao ressarcimento de qualquer valor empregado na realização dos serviços de abandono ou recuperação ambiental. A Petrobras condiciona a realização dos serviços ao ressarcimento.
Brasil na Opep. O governo federal oficializou na terça-feira (11) a decisão de aderir ao fórum de cooperação com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). A medida, publicada no Diário Oficial da União por meio de resolução do CNPE, também abre caminho para o país integrar a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) e a Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena, em inglês).
Efeito Trump. A nova política energética dos Estados Unidos deve provocar mudanças nos fluxos globais de petróleo e gás, com impactos diretos para o Brasil. A avaliação é de Felipe Pérez, diretor de downstream da S&P Global. Confira a entrevista ao estúdio eixos durante a CERAWeek 2025.
Preço do barril. Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta na terça-feira (11), depois que a Ucrânia atingiu a Refinaria de Petróleo de Moscou, essencial para o abastecimento de combustível na capital russa. A commodity também tem suporte no dólar enfraquecido no exterior.
- Na Intercontinental Exchange, o Brent para maio avançou 0,40% (US$0,28), a US$ 69,56 o barril.
Importação de biodiesel. Grandes entidades do setor de combustíveis no Brasil estão pressionando pela regulamentação da importação de biodiesel, visando ampliar a concorrência e reduzir os preços do produto no mercado interno.
- Segundo as associações, o mercado de biodiesel no Brasil é dominado por um número reduzido de produtores, o que limita a contestação de preços.
Petrobras quer entrar no etanol… Esse mercado representa uma oportunidade de negócio lucrativa, além de contribuir para a diversificação do portfólio da companhia, disse o diretor de Sustentabilidade e Transição Energética da estatal, Maurício Tolmasquim.
- A empresa busca formar parcerias com empresas de etanol que já possuem usinas em operação, garantindo que a petroleira entre no setor como sócia minoritária. Confira a entrevista ao estúdio eixos, na CERAWeek 2025.
…Enquanto Vibra se desfaz de biometano. A companhia anunciou a saída do capital da ZEG Biogás, adquirida em 2022 dentro da estratégia de diversificação dos negócios. A decisão ocorre num momento em que a indústria do gás natural se movimenta para cumprir o mandato do biometano previsto no Combustível do Futuro; e em que a Vibra, por sua vez, vê o seu endividamento crescer.
Orçamento das agências. Agentes regulados buscaram apoio da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo para articular apoio às agências reguladoras e evitar que novos contingenciamentos voltem a paralisar atividades vitais.
- A frente será presidida este ano pelo deputado do Rio, Julio Lopes (PP), autor do projeto de criação do Operador Nacional do Sistema de Combustíveis (ONSC)
Tarifa da Light. A diretoria da Aneel discutiu na reunião de terça (11) o reajuste tarifário anual da distribuidora de energia no Rio de Janeiro, mas adiou a decisão final para a próxima semana devido a divergências entre os diretores.
- Os diretores concordaram por unanimidade que parte do desconto na tarifa, que poderia chegar a 11,96% em média, deve ser adiado para amortecer variações nas contas de luz.
Belo Monte. O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que os indígenas afetados pela construção da hidrelétrica no Pará devem receber 100% do valor repassado à União como participação dos resultados do empreendimento. A decisão liminar tem efeitos imediatos, mas será submetida ao plenário para confirmação dos demais ministros.
Hub de hidrogênio. O Porto do Açu e a Sempen, empresa especializada na produção de combustíveis renováveis, assinaram um contrato de reserva de área para a instalação de uma planta de produção de amônia verde no porto-indústria.
- O empreendimento terá capacidade de produção de um milhão de toneladas anuais e a decisão final de investimento está prevista para 2027-2028, com início da operação em 2030.
Híbridos em MG. A Stellantis anunciou a contratação de 400 engenheiros para o centro dedicado ao desenvolvimento de carros híbridos, cuja inauguração aconteceu nesta quinta-feira (11), em Betim (MG), e contou com a participação do presidente Lula e do ministro Alexandre Silveira. O grupo planeja investir R$ 30 bilhões no Brasil até 2030.
Exportação de Urânio. A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) assinou contrato com a Internexco GmbH, do grupo russo Rosatom, para a exportação de até 275 mil kg de concentrado de urânio (U308) produzidos na Unidade de Concentração de Urânio em Caetité, na Bahia. O volume passará por duas etapas de beneficiamento no exterior: conversão e enriquecimento.
Tropicalização do mercado de carbono. O BNDES e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima lançaram uma consulta pública para levantar demandas na certificação de carbono no Brasil. A intenção é identificar mecanismos financeiros capazes de ajudar a desenvolver certificadoras de projetos voltadas à realidade de florestas tropicais. Leia na Diálogos da Transição.
COP30. A Comissão de Meio Ambiente aprovou a criação de uma subcomissão temporária para acompanhar preparativos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). A subcomissão terá prazo de 300 dias para fazer o acompanhamento das ações de planejamento, infraestrutura e logística, além da compatibilidade das discussões com “as expectativas e os interesses do Brasil e da comunidade internacional”.