LYON (FR) — Os cortes de geração solar e eólica chegaram a 400 mil horas em 2024, apontou um levantamento da consultoria Volt Robotics. No total, 14,6 terawatts-hora (TWh) médios foram cortados.
Segundo a consultoria, 1.445 usinas solares e eólicas passaram, em 2024, pelo corte de geração, ou curtailment, técnica imposta pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). As limitações na infraestrutura de transmissão foram a motivação para os cortes em 65% dos casos. Já o excesso de geração em determinados horários foram responsáveis pelos outros 35%.
O balanço da Volt Robotics estima que o curtailment levou a R$ 1,6 bilhão em prejuízos para os geradores em 2024.
“O ressarcimento às usinas é fundamental, já que, além de ter amparo legal, preserva a segurança jurídica e a previsibilidade no ambiente de negócios no Brasil, sob pena de haver fuga de capital, desinvestimento e perda de emprego”, argumenta o CEO da consultoria, Donato Filho.
Considerando apenas o mês de dezembro, a região mais impactada pelos cortes foi a Nordeste, com 75% dos cortes, apontou um outro levantamento, da ePowerBay. No mês, a subestação mais impactada foi Extremoz II, no Rio Grande do Norte, que teve cortes de 23,98%.
Em fevereiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) negou uma medida cautelar de geradores solares que solicitava a reconsideração de normas de ressarcimento por curtailment. A justificativa da decisão foi a falta de estudos sobre o impacto regulatório.
Na visão da Volt Robotics, algumas das soluções para o problema seriam a criação de um modelo para dividir os cortes entre todas as usinas renováveis, a fim de distribuir o impacto financeiro nas geradoras, além do estabelecimento de um mecanismo para reduzir o despacho das termelétricas.