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Grandes petroleiras que atuam no Brasil expandem atividades no Suriname

Exploração e produção de petróleo no país vizinho vai receber US$ 9,5 bilhões em investimentos até 2027

Novos investimentos em O&G serão necessários até meados de 2030, diz TotalEnergies. Na imagem, plataforma de exploração offshore no Suriname operada pelo consórcio entre a TotalEnergies e a estatal QP, do Qatar (Foto: TotalEnergies/Divulgação)
Plataforma de exploração offshore no Suriname operada pelo consórcio entre a TotalEnergies e a estatal QP, do Qatar (Foto: TotalEnergies/Divulgação)

NESTA EDIÇÃO. Majors apostam no Suriname
 
Petrobras fecha acordo  de longo prazo para comprar GNL.
 
Macaé quer PPP para fábrica de fertilizantes.
 
Casa dos Ventos fecha acordo para descarbonizar produção de cimento.
 
MME adia leilões A-5 e de sistemas isolados.
 
Associações da indústria eólica e de hidrogênio querem antecipação de estudos de acesso à rede.


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Assim como a Guiana, o Suriname está avançando na exploração e produção de petróleo em águas profundas a partir dos investimentos de grandes petroleiras internacionais — a maioria delas, também atua no Brasil. 
 
A Rystad Energy estima que o Suriname vai receber US$ 9,5 bilhões em investimentos até 2027, depois de um montante de US$ 514 milhões em 2014.

  • Entre as companhias que avançam nas atividades no país vizinho estão TotalEnergies, Shell, Chevron e Petronas.
  • Os números indicam que há interesse das majors nas reservas da região, que podem se estender até a Margem Equatorial brasileira
  • Os recursos recuperáveis do país estão estimados em  2,2 bilhões de barris de óleo equivalente — abaixo dos cerca de 10 bilhões de barris recuperáveis estimados pela EPE para o lado de cá da fronteira

No caso do Brasil, o avanço da exploração depende da obtenção da Petrobras da licença do Ibama para uma perfuração em águas profundas na Bacia da Foz do Amazonas — considerada a mais promissora, mas também de maior sensibilidade ambiental. 

  • As companhias privadas já indicaram que só vão se posicionar na região no norte  do Brasil a depender dos resultados da estatal
  • Ao todo, a Petrobras, sozinha, estima investir US$ 3 bilhões em exploração na região até 2029 — a depender, claro, da liberação dos órgãos ambientais. 

A atração de investimentos nos países vizinhos tem sido usada pelo presidente Lula como argumento para que o Brasil também avance na região, apesar das críticas de ambientalistas. 

  • O presidente defende a ideia de que o financiamento da transição energética e do desenvolvimento sustentável na Amazônia virá dos recursos do petróleo.
  • “Suriname e a Guiana estão ficando ricos às custas do petróleo que têm, a 50 quilômetros de nós”, disse Lula no começo do mês. 


Conselho de administração da Petrobras. A estatal recebeu aviso da renúncia de Marcelo Gasparino, membro eleito pelos acionistas minoritários. Ele permanece no cargo até 20 de março. A vaga pode ser preenchida por um substituto nomeado pelo próprio conselho até a próxima Assembleia Geral de Acionistas, que já estava prevista para 16 de abril. 
 
Preço do barril. Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta na quinta-feira (20) com preocupações de oferta após mais um ataque ucraniano contra infraestruturas de energia da Rússia e a divulgação dos estoques nos EUA. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para abril avançou 0,57%, a US$ 76,48 o barril.
 
Os estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram alta de 4,63 milhões de barris, a 432,49 milhões de barris na semana passada, informou o Departamento de Energia do país. Analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam alta de 2,4 milhões de barris.
 
GNL. A Petrobras assinou um contrato de 15 anos com a britânica Centrica para a compra de 800 mil toneladas por ano de gás natural liquefeito, com início em 2027. 

  • Segundo a estatal, o acordo reduz a dependência em relação aos preços de curto prazo, aumenta a competitividade e reforça a segurança no abastecimento de gás natural no Brasil. 

Mercado livre de gás. A Samarco ampliou a presença no ambiente de contratação livre de gás natural em 2025, ao fechar com a Eneva o seu primeiro contrato de longo prazo, para abastecimento do Complexo de Ubu, no Espírito Santo.

  • Com o acordo, a mineradora amplia de 10% para 75% a parcela de seu consumo de gás suprido via mercado livre

Fertilizantes. A prefeitura de Macaé, no norte do Rio de Janeiro, tenta atrair investidores privados para instalar uma fábrica de fertilizantes nitrogenados no município por meio de parceria público-privada (PPP). Mas, a exemplo de outros projetos do tipo, tem esbarrado nos altos preços do gás natural, insumo de primeira ordem para o negócio.

Cimento com renováveis. A Casa dos Ventos fechou um contrato para fornecer 65 MW para a Cimento Nacional durante 15 anos. O suprimento vai garantir a autossuficiência energética da cimenteira nas unidades produtivas no Brasil. A energia será gerada pelos complexos eólicos Serra do Tigre (RN) e Babilônia Sul (BA). 

Mercado livre de energia. A Gold Comercializadora de Energia ajuizou um pedido cautelar preparatório para a sua recuperação judicial, segundo informações do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo

Vazão de Belo Monte. A Justiça Federal da 1ª Região no Amazonas suspendeu a decisão do Ibama que reduzia a vazão da hidrelétrica até 15 de março, por conta do período de defeso, para reprodução dos peixes no Rio Xingu.

Leilões adiados. O governo adiou os leilões de energia nova previstos para este ano. No caso do A-5, que vai contratar pequenas hidrelétricas, a data passou de julho para agosto.  Já o certame para sistemas isolados estava previsto para maio, mas foi postergado para setembro.

Solar no A-5. Vale dizer, os geradores solares pediram ao MME para participar do leilão A-5, sob o argumento de garantir isonomia entre as tecnologias. Para a Absolar, a inclusão da fonte vai gerar vantagens para as tarifas de energia elétrica pagas pelos brasileiros.

Fundo para calamidades. O plenário da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que suspende bandeiras tarifárias e cortes de energia elétrica, água e esgoto em caso de calamidade pública. 

  • O projeto prevê que as distribuidoras de energia serão ressarcidas pela União por meio do Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap). 

Hidrogênio de olho no acesso à rede. Associações da indústria eólica e de hidrogênio enviaram uma carta ao MME solicitando a antecipação do cronograma de entrega de estudos para acesso à rede de transmissão. 

  • As associações destacam que a conclusão desse estudo pela EPE está prevista apenas para dezembro de 2025, prazo desalinhado com os cronogramas de decisão de investimento de importantes projetos em andamento. Entenda o que está em jogo

 R$ 1 trilhão.  É o valor que a indústria verde pode adicionar ao PIB brasileiro até 2030, segundo um mapeamento da PwC Strategy& encomendado pela Abrace. O relatório apontou que o Brasil tem cerca de 30 rotas industriais que podem criar mais de três milhões de empregos. Leia na Diálogos da Transição.

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