Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira (13/2), ainda pressionados pela possível paz entre a Rússia e Ucrânia, e pelo anúncio de tarifas recíprocas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Porém, o recuo foi limitado pelas incertezas sobre a permanência do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, bem como a elevação nas projeções de aumento da demanda em 2025 pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para abril recuou 0,21% (US$ 0,16), a US$ 75,02 o barril, enquanto o petróleo WTI para março, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em queda de 0,11% (US$ 0,08), a US$ 71,29 o barril.
Nesta quinta, a commodity aumentou as perdas da sessão anterior com a possibilidade de negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia promovidas pelo presidente Trump e com o anúncio de novas tarifas recíprocas pelo republicano.
Peter Cardillo, da Spartan Capital, vê “fatores de demanda decorrentes dessas tarifas” contribuindo para o enfraquecimento do petróleo bruto, “no entanto, acreditamos que a extremidade baixa do nível de US$ 70 o barril provavelmente se manterá”.
Mais cedo, os Houthis, militantes do Iêmen, afirmaram que vão retomar ataques no Mar Vermelho se Israel continuar a ofensiva em Gaza, trazendo mais dúvidas sobre a estabilidade no Oriente Médio.
IEA revisa demanda global
Enquanto isso, a IEA elevou levemente sua projeção para o avanço da demanda global por petróleo este ano e disse que a melhora de cumprimento de cotas de produção entre integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) está reduzindo um esperado superávit no mercado.
Em relatório publicado nesta quinta-feira (13/2), a organização com sede em Paris elevou sua projeção para o crescimento da demanda global por petróleo em 2025, estimando um avanço de 1,1 milhão de barris por dia (bpd), ante previsão anterior de 1,05 milhão de bpd. Com isso, o consumo global deve alcançar 104 milhões de bpd neste ano.
A revisão da IEA segue abaixo da projeção da Opep+, que estima um aumento de 1,4 milhão de bpd na demanda. Para 2024, a agência reduziu sua estimativa de crescimento de 940 mil bpd para 870 mil bpd.
O relatório também apontou que a oferta global recuou 950 mil bpd em janeiro, refletindo cortes na produção da Opep+, queda na produção da Líbia e Nigéria e impactos climáticos na América do Norte. A produção do grupo Opep+ diminuiu 280 mil bpd no mês, enquanto os 12 países da Opep cortaram 480 mil bpd.
Com esses ajustes, a IEA reduziu em 100 mil bpd sua previsão para o aumento da oferta fora da Opep+ em 2025, projetando crescimento de 1,4 milhão de bpd. A estimativa para a oferta total do ano caiu para 104,5 milhões de bpd.
Com informações da Dow Jones Newswires