NESTA EDIÇÃO. Gaúchos pedem ao governo MP para extensão de contratos de termelétricas a carvão.
Brasil e Uruguai assinam acordo para aumentar intercâmbio de energia.
Lula critica demora do Ibama sobre licença para perfuração na Bacia da Foz do Amazonas.
Em visita à Índia, diretoria da Petrobras fecha acordos e avalia participação em leilão.
bp bioenergy passa por mudança no comando.
EDIÇÃO APRESENTADA POR
Dilema das térmicas a carvão no Sul volta para as mãos do governo
A questão da recontratação das usinas termelétricas a carvão no Brasil chegou ao governo com o pedido do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ao Ministério de Minas e Energia pela edição de uma medida provisória para a recontratação da usina de Candiota.
- Após a reunião, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), evitou se comprometer com a proposta e disse que a questão “é uma decisão de governo”.
- Comprada em 2023 da Eletrobras pela Âmbar Energia, a UTE Candiota teve o fim do contrato em dezembro do ano passado.
A expectativa era que a situação fosse equacionada no marco legal das eólicas offshore, que previa a extensão dos contratos das termelétricas a carvão até 2050. O trecho foi vetado pelo presidente Lula (PT) da versão final do texto, que aguarda confirmação pelo Congresso.
- Caso o governo decida, de fato, pela medida provisória, seria uma solução para manter os vetos.
O tema tem repercussões políticas e sociais, dado que o Brasil busca se posicionar como uma potência global na energia de baixo carbono e o carvão é a fonte com maior intensidade de emissões.
- As termelétricas a carvão representam apenas 1,75% da matriz elétrica brasileira, ante 84,25% de fontes renováveis, segundo a Aneel.
Ao mesmo tempo, quase todas as usinas a carvão e reservas desse mineral no Brasil estão concentradas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em cidades pequenas e que dependem dessas atividades, sobretudo para a manutenção de empregos.
- Um dos argumentos da indústria carbonífera é que manter as usinas em operação ajuda a viabilizar os estudos para adaptação dessa indústria à economia de baixo carbono, com uso das verbas do programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da Aneel.
Leia também: Melhor transferir renda às famílias do que salvar empregos do carvão, provoca secretário do MMA
Integração regional. Brasil e Uruguai assinaram um acordo para ampliar o intercâmbio de energia entre os dois países. Exportações e importações passarão por uma linha de transmissão com maior capacidade de escoamento.
- O ponto de entrega passará a ser a subestação Candiota II, no Rio Grande do Sul, que tem capacidade de 525 kV.
Lula visita Amapá. O presidente da República vai cumprir essa semana um roteiro no estado do novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União). Será acompanhado do ministro de Minas e Energia.
- A viagem é um gesto de Lula pela reaproximação de Silveira, que foi senador e aliado, mas hoje tem Alcolumbre como adversário político.
Foz do Amazonas 1. Lula afirmou na quarta (12/2), em entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá (AP), que o “Ibama é um órgão do governo e parece que atua contra o governo”. A fala é uma crítica à indefinição quanto à licença ambiental e falta de resposta à análise do pedido de reconsideração da Petrobras para a perfuração de poço exploratório na bacia da Foz do Amazonas.
Foz do Amazonas 2. A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente rebateu as declarações do presidente da República: “É inadmissível qualquer tipo de pressão política que busque interferir no trabalho técnico do órgão, especialmente quando se trata de uma decisão que pode resultar em impactos ambientais irreversíveis”, escreveu.
Foz do Amazonas 3. O Instituto Arayara também reagiu às críticas de Lula classificando como “ofensa às autoridades ambientais” a declaração do presidente. Para o Arayara, o pedido de licença não pode se resumir a um “estudo”. A organização enxerga no movimento político um incentivo à expansão da atividade de exploração de combustíveis fósseis no país, indo na contramão dos esforços que precisam ser feitos para limitar a crise climática.
Leilão na Índia. A Petrobras vai avaliar se participa do leilão de áreas para exploração e produção de petróleo e gás no país asiático, segundo a presidente da estatal, Magda Chambriard.
- Em visita a Nova Delhi, na Índia, a diretoria da empresa brasileira assinou acordos com estatais indianas que incluem a exportação de até 6 milhões de barris de petróleo por ano.
Disputa. O Cade manteve a multa à Brava Energia, mas com um desconto de 15%, no processo em que a companhia pediu para assumir a participação da Nova Técnica Energy no campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos.
Produção de petróleo brasileira. A Opep cortou a previsão de aumento da oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2025 em 50 mil barris/dia, para 4,3 milhões de barris/dia, segundo relatório mensal publicado na quarta-feira (12). Em janeiro, a projeção do cartel era de oferta de 4,4 milhões de barris/dia para este ano.
Os estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram alta de 4,07 milhões de barris nesta semana, a 427,86 milhões de barris, informou o Departamento de Energia. Analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam alta de 2,4 milhão de barris.
Preços do barril. Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda de mais de 2% na quarta-feira (12), à medida que o mercado acompanhava a notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, teve conversas com os presidentes russo e ucraniano sobre negociações de um acordo de paz.
- Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para abril recuou 2,36%, a US$ 75,18 o barril.
Ônibus elétricos. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que “não tem como garantir” que até 2028 metade da frota de ônibus da capital seja movida a eletricidade, como prevê lei municipal de 2018. Nunes questionou se a indústria seria capaz de entregar os veículos necessários e se a Enel garantiria o abastecimento.
- Em nota, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) afirmou que a indústria brasileira tem condição de produzir os ônibus elétricos requeridos pelas metas.
FMM. O BNDES aprovou, em 2024, R$ 6 bilhões em crédito para projetos financiados pelo Fundo da Marinha Mercante. O montante é o maior em 12 anos e representa mais de três vezes o total dos anos de 2019 a 2022.
Créditos de carbono. A Azul Linhas Aéreas criou uma unidade de negócios dedicada às estratégias para compensação de emissões de carbono para clientes corporativos. A companhia aérea fechou parcerias com a Auren, BTG Systemica, Caixa Econômica e GSS para fornecimento de créditos alta integridade e confiabilidade.
Mandato de biodiesel. Após especulações sobre o planejamento das distribuidoras de combustíveis para pedir waiver para o mandato de biodiesel, o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania/SP), relator da lei do Combustível do Futuro na Câmara, disse “não haver cabimento” para não aumentar a mistura de 14% para 15% a partir de março.
Troca no comando da bp bioenergy. Andres Guevara de la Vega, presidente da bp no Brasil, vai acumular o comando da empresa do setor de bioenergia, com a saída de Geovane Consul.