BRASÍLIA – O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), articula com o governo a edição de uma medida provisória que viabilize o retorno às operações de usinas a carvão, em especial a termelétrica de Candiota, no Sul do estado.
Leite está em Brasília e tem reunião marcada com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD) para tratar da questão.
A usina está parada desde o início do ano. A expectativa era que a questão fosse resolvida com a lei das eólicas offshore, mas o presidente Lula (PT) vetou os trechos do texto que tratavam da contratação de energia proveniente de térmicas já instaladas movidas a carvão até 2050.
“Não podemos desligar, apertar um botão e desativar simplesmente. A gente pede, portanto, que o governo encaminhe uma solução para isso. Na minha visão, o melhor caminho seria uma medida provisória viabilizada pelo governo para dar uma sobrevida à atividade na usina termoelétrica e, assim, ela voltar à atividade”, defendeu o governador.
Para Leite, uma MP seria mais rápida e daria uma solução mais apropriada de curto prazo do que esperar por uma eventual derrubada do veto pelo Congresso.
“Derrubar o veto significa carregar outros pontos que foram inseridos na lei e que podem ter outros tipos de impacto na questão energética, nos custos de energia para o país”, pontuou.
O governador reforçou que a economia no município onde a usina está instalada é 80% dependente da atividade em torno da termelétrica e que a parada representa o fim de milhares de empregos.
Em janeiro, trabalhadores da mineração de carvão fizeram uma manifestação na porta da usina pedindo ao governo que assine a MP.
Segundo o governador, a vida útil dos equipamentos da térmica é de 10 anos. Leite pede que ao menos esse período seja dado para que a comunidade local possa proceder com projetos de transição para outras fontes.