Mercado de carbono

Azul entra na negociação de créditos de carbono para empresas

Companhia aérea anuncia unidade de negócios dedicada a estratégias de compensação de emissões

Imagens aéreas feitas com drone de rio cortando a floresta amazônica (Foto Amazônia Divulgação)
Floresta Amazônica

BRASÍLIA — A Azul Linhas Aéreas anunciou nesta quarta (12/2) a criação de uma unidade de negócios dedicada estratégias para compensação de emissões de carbono para clientes corporativos.

A companhia aérea fechou parcerias com a Auren, BTG Systemica, Caixa Econômica e GSS para fornecimento de créditos alta integridade e confiabilidade, e afirma que intenção é apresentar um portfólio diversificado, com preços competitivos às empresas de diferentes setores.

“A Azul quer oferecer a clientes corporativos um portfólio que inclui não apenas a ponte e a segurança da nossa marca para a comercialização de créditos de carbono de alta integridade, mas também a orientação e análise especializadas para que a aquisição dos créditos seja a mais eficiente possível, mirando na alta integridade e segurança dos créditos bem como apresentando um portfólio diversificado com preços competitivos.”, explica Filipe Alvarez, gerente de Sustentabilidade da Azul.

Segundo Alvarez, o negócio teve como inspiração iniciativas semelhantes conduzidas por grupos como BASF, DuPont e Lufthansa.

Única aérea do mundo a ter suas metas de redução de carbono de longo prazo aprovadas pela Science Based Targets Initiative (SBTi), iniciativa do Pacto Global da ONU, a Azul acredita ter expertise para expandir sua atuação no mercado de carbono.

Ainda de acordo com Alvarez, cuja gerência será responsável pelos futuros contratos e parcerias, o negócio começa pelo mercado de carbono voluntário, mas já se preparando para o futuro comércio regulado de emissões.

“Nossa unidade irá atuar no mercado voluntário de crédito de carbono, também mirando no mercado regulado brasileiro cuja lei foi sancionada no final do ano passado, com foco em oferecer soluções confiáveis, diversificadas e acessíveis para empresas, de todos os tamanhos e setores, que desejam estar preparadas para o novo mercado de carbono brasileiro e até mesmo para liderar a agenda climática nos próximos anos”, explica o executivo.

Mercado estagnado

Globalmente, o mercado voluntário de carbono permaneceu estagnado em 2024, avaliado em cerca de US$ 1,4 bilhão, segundo o relatório da MSCI.

Apenas 180 milhões de créditos foram aposentados em 2024, aproximadamente o mesmo que em 2023, e os preços mantiveram a trajetória de queda, chegando à média de US$ 4,8 por tonelada, um declínio de 20% em comparação com o ano anterior.

No entanto, a MSCI observa sinais de crescimento potencial, com mais empresas se comprometendo com metas climáticas e novas políticas sendo aprovadas.

Até 2030, a expectativa é que o mercado atinja entre US$ 7 bilhões e US$ 35 bilhões, podendo alcançar US$ 250 bilhões em 2050.

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