Foz do Amazonas

Lula diz que Ibama "parece atuar contra o governo" na Margem Equatorial

Presidente defendeu que Petrobras explore petróleo na região e criticou "lenga-lenga" do órgão ambiental na análise do licenciamento

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião no CNPE (Foto Tauan Alencar/MME)
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião no CNPE (Foto Tauan Alencar/MME)

BRASÍLIA — O presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta (12/2), em entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá (AP), que o “Ibama é um órgão do governo e parece que atua contra o governo”. A fala é uma crítica à indefinição quanto à licença ambiental e falta de resposta à análise do pedido de reconsideração da Petrobras para a perfuração de poço exploratório na bacia da Foz do Amazonas.

Esta é a segunda vez que o presidente fala, de forma espontânea — sem ser questionado sobre o assunto — sobre a exploração de petróleo na margem equatorial. Na semana passada, em entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, também fez questão de comentar o assunto.

“Na semana que vem, ou esta semana ainda, vai ter uma reunião da Casa Civil com o Ibama e nós precisamos autorizar que a Petrobras faça a pesquisa. É isso que nós queremos, se depois a gente vai explorar, é outra discussão. O que não dá é para a gente ficar nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo, parecendo que é um órgão contra o governo”, reforçou Lula.

O presidente afirmou que a Petrobras é a empresa mais responsável, com grande experiência na exploração de petróleo em águas profundas.

“Nós vamos cumprir todos os ritos necessários para que a gente não cause nenhum estrago na natureza, mas a gente não pode saber que tem uma riqueza embaixo de nós e a gente não vai explorar. Até porque, dessa riqueza a gente vai ter dinheiro para construir a tão famosa e sonhada transição energética“, finalizou.

Agenda no Amapá

A entrevista para a rádio de Macapá nesta quarta inicia uma agenda do presidente de três dias voltada para o Amapá.  Lula embarca na quinta (13/2) para a capital do estado acompanhado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), com roteiro voltado para o setor de energia.

A comitiva da presidência irá inaugurar obras de linha de transmissão e há previsão de visita às obras da Petrobras que fazem parte do licenciamento para a perfuração na Foz do Amazonas, em Oiapoque (AP).

A visita é uma sinalização ao novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União/AP), além de um movimento de Lula para pacificar a relação de Silveira com o Congresso.

O governo vinha sofrendo pressão para substituir o titular da pasta de Minas e Energia, mas o ministro — um dos mais próximos de Lula – foi defendido pelo presidente, que garantiu a permanência dele no ministério.

Veja a íntegra da declaração do presidente sobre a exploração na margem equatorial:

“Não é que eu vou mandar explorar. Eu quero que ele [o petróleo do Amapá] seja explorado. Agora, antes de explorar nós tempos que pesquisar. Nós temos que ver se tem petróleo, temos que ver a quantidade de petróleo, porque muitas vezes você cava um buraco de dois mil metros de profundidade e você não encontra o que imaginava encontrar.

Na semana que vem, ou essa semana ainda, vai ter uma reunião da Casa Civil com o Ibama, e nós precisamos autorizar que a Petrobras faça a pesquisa. É isso que nós queremos, se depois a gente vai explorar, é outra discussão. O que não não dá é para a gente ficar nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo parecendo que é um órgão contra o governo.

O que nós queremos é que o governo diga qual é a vontade dele. A Petrobras é uma empresa responsável. A Petrobras é a empresa mais responsável. Ela tem a maior experiência de exploração de petróleo em águas profundas.

Nós vamos cumprir todos os ritos necessários para que a gente não cause nenhum estrago na natureza, mas a gente não pode saber que tem uma riqueza embaixo de nós e a gente não vai explorar. Até porque, dessa riqueza a gente vai ter dinheiro para construir a tão famosa e sonhada transição energética.”

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