BRASÍLIA — A Acelen Renováveis, empresa de energia criada pelo fundo Mubadala Capital, anunciou nesta sexta (7/2) a primeira extração de óleo em fluxo contínuo em escala industrial de macaúba no Acelen Agripark.
O centro de inovação tecnológica agroindustrial da companhia está em construção na cidade de Montes Claros (MG) e foi planejado para promover o aumento da eficiência da matéria-prima de combustíveis sustentáveis, garantindo a sustentabilidade em todas as etapas da cadeia.
Segundo a equipe agroindustrial da Acelen, a extração industrial de óleo de macaúba ocorreu a partir de uma tecnologia inédita. Até então, esse processo estava restrito ao ambiente laboratorial, o que impossibilitava a escalabilidade.
O objetivo é fornecer óleo para produção de combustíveis avançados como diesel verde de SAF (aviação).
No mês passado, a companhia iniciou o plantio das primeiras 85 mudas no Agripark, como parte do ciclo de avaliação agronômica, que avaliará o desenvolvimento das plantas em condições reais de campo.
“O Agripark será o grande laboratório a céu aberto para a domesticação da macaúba, viabilizando uma cultura estratégica para descarbonização e a produção de bioenergia em larga escala”, comenta Victor Barra, diretor de Agronegócios da Acelen Renováveis.
Com investimento total de R$ 314 milhões, sendo R$ 258 milhões financiados via BNDES, o centro ocupará uma área de 138 hectares, dos quais 59 hectares serão destinados a experimentos e poderá germinar 1,7 milhão de sementes por mês e produzir 10,5 milhões de mudas por ano.
Combustível de macaúba
O projeto da Acelen prevê investimentos de US$ 3 bilhões em uma biorrefinaria na Bahia, para produção de 1 bilhão de litros de diesel verde e combustível sustentável para aviação a partir da macaúba.
O empreendimento foi incluído no novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) em 2023 e selecionado pela recém-lançada Plataforma de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica do Brasil (BIP).
Segundo a empresa, a macaúba, fruto de uma palmeira nativa do Brasil, tem alto poder energético e é de 7 a 10 vezes mais produtiva por hectare plantado em comparação à soja.
O projeto prevê a transformação de pastagens degradadas em plantações de macaúba para a produção de 1 bilhão de litros de combustíveis por ano na biorrefinaria baiana.