Recuo na transição

Equinor reduz investimentos em renováveis e intensifica produção de óleo e gás

Petroleira norueguesa revisa investimento de baixo carbono para cerca de US$ 5 bi entre 2025 e 2027

Investidores de óleo e gás precisam considerar riscos associados à transição energética, diz think tank Carbon Tracker Initiative. Na imagem: Plataforma offshore Dudgeon da Statoil para exploração de petróleo e gás associada à eólica offshore (Foto: Jan Arne Wold Woldcam/Equinor)
Plataforma de exploração offshore Dudgeon, da Equinor, associada à geração eólica offshore | Foto Jan Arne Wold Woldcam/Equinor

RIO — A petroleira norueguesa Equinor anunciou, na quarta (5/02), a redução de até 25% da sua meta de capacidade instalada em energias renováveis até 2030, passando de 12-16 GW para 10-12 GW, até 2030.  

A empresa, que obteve um lucro de US$ 8,83 bilhões em 2024, também abandonou o compromisso de destinar 50% de seus gastos de capital (capex) a projetos de baixo carbono no mesmo período, e deve investir em torno de US$ 5 bilhões neste segmento, entre 2025 e 2027, o que representa a metade do que era anteriormente planejado.

Segundo o CEO da companhia, Anders Opedal, a decisão se dá pelo desenvolvimento mais lento do que o esperado de mercados como de eólicas offshore e hidrogênio, devido a desafios na cadeia de suprimentos e à inflação. 

“Fortalecemos significativamente nosso fluxo de caixa livre esperado em comparação com a perspectiva do ano passado. Fazemos isso classificando o portfólio, reduzindo a perspectiva de investimento para energias renováveis ​​e soluções de baixo carbono e melhorando os custos em toda a nossa organização”, disse Opedal. 

Oléo e gás são prioridades

A prioridade da companhia, segundo o executivo, será de retornos competitivos para os acionistas, focando no fortalecimento do fluxo de caixa e aumento da produção de petróleo e gás. 

A expectativa é de crescimento de mais de 10%, entre 2024 e 2027, com aumento da produção esperado de 2 para 2,2 milhões de barris por dia, até 2030 . 

Apesar disso, a ambição de cortar as emissões de escopo 1 e 2 (operações e consumo de energia) em 50% até 2030 está mantida.

“Continuamos a reduzir as emissões da nossa produção e a construir negócios lucrativos em energias renováveis ​​e soluções de baixo carbono em direção à nossa ambição de zero líquido em 2050. Ao nos adaptarmos à situação e às oportunidades do mercado, estamos prontos para criar valor para os acionistas nas próximas décadas”, disse o CEO.

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