Infraestrutura de gás

Eneva planeja ampliação de planta de liquefação de gás no Complexo Parnaíba

Capacidade da planta de liquefação do Maranhão, de 600 mil m3/dia, já está totalmente contratada

Marcelo Cruz Lopes, diretor-executivo de Marketing da Eneva, concede entrevista ao estúdio Abpip durante a Sergipe Oil & Gas, em Aracaju (Foto: Alisson Torres/eixos)
Marcelo Cruz Lopes, diretor-executivo de Marketing da Eneva, concede entrevista ao estúdio Abpip durante a Sergipe Oil & Gas, em Aracaju (Foto: Alisson Torres/eixos)

A Eneva planeja ampliar a capacidade da planta de liquefação do Complexo Parnaíba, no Maranhão, para atender o crescimento da demanda por gás natural em substituição ao diesel no setor de transportes de cargas da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Em entrevista à agência eixos, o diretor de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva, Marcelo Lopes Cruz, conta que a decisão de investimento deve ocorrer ainda este ano.

Esta semana, a Eneva assinou com a VirtuGNL a ampliação do volume contratado, de 35 mil m3/dia para 150 mil m³/dia de gás equivalente.

Com isso, a capacidade da planta de liquefação do Parnaíba está totalmente contratada.

VirtuGNL tem opção de aumento de volumes

Segundo Lopes, o contrato de fornecimento de gás à VirtuGNL prevê o aumento gradual das entregas até atingir os 150 mil m3/dia no fim do ano que vem.

Pelos termos do acordo, válido até o fim de 2034, a Virtu tem a opção de escalar o volume contratado com a Eneva em mais 600 mil m³/dia no futuro, a depender do ritmo de crescimento do negócio.

“Então a gente vai ter que tomar uma decisão de investimento ainda este ano para ter condição de, em 2027, estar com uma nova planta pronta para poder atender mais volume. Essa é a ideia”, disse o diretor da Eneva.

Inaugurada em 2024, com capacidade de 600 mil m3/dia, a unidade foi projetada para suprir o projeto de distribuição de gás natural liquefeito (GNL) small-scale da Eneva – inicialmente voltado para atender à demanda por descarbonização de indústrias locais.

No fim de 2024, a GNL Brasil (joint venture com a VirtuGNL) começou a atender os primeiros clientes no Maranhão: Suzano, em Imperatriz, e Vale, em São Luís.

Posteriormente, a Eneva fechou contrato de comercialização com a Copergás, para entrega de GNL em Garanhuns, no Agreste, e Petrolina, no Sertão Pernambucano; e com a VirtuGNL, para desenvolvimento de corredores de transporte pesado a gás.

Este ano, a VirtuGNL iniciou a operação do projeto: os primeiros caminhões a serviço da Yara Fertilizantes, na rota São Luís-Balsas, no Maranhão, começaram a rodar em janeiro.

Avenida de crescimento da demanda

Lopes acredita que a substituição de diesel por GNL nos caminhões que rodam no Matopiba, em especial no agronegócio, é a principal avenida de crescimento da demanda por gás na região.

O consumo diário de diesel no transporte pesado no Matopiba equivale a cerca de 9 milhões de m3/dia. 

“Quando a gente olha a quantidade de diesel que é consumida, principalmente no transporte de grãos, mas também fertilizantes, cargas em geral, a gente vê que tem um espaço muito grande a ser capturado”, afirmou Lopes.

Ele destaca que ainda há potencial de demanda industrial na região, bem como novas oportunidades de suprimento de GNL para distribuidoras, em projetos de gasodutos virtuais.

“Mas para poder dar escala, para de fato alavancar o business é fundamental o transporte, porque o diesel é de longe o combustível mais consumido na região”, comentou.

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