Petróleo

Marina não é a responsável por barrar exploração na Margem Equatorial, diz Lula

Presidente disse que o governo precisa encontrar uma solução para explorar petróleo na região sem prejudicar a bacia Amazônica e o Atlântico

BRASÍLIA – O presidente Lula (PT) disse, em entrevista a rádios de Belo Horizonte nesta quarta (5/2), que não é a ministra Marina Silva (Rede) a responsável por atrasar a exploração de petróleo na Margem Equatorial.

“Há uma confusão na imprensa, sei lá causada por quem, de querer jogar na companheira Marina [Silva] a responsabilidade pela não aprovação da exploração de petróleo na Margem Equatorial”, afirmou Lula.

Os comentários foram feitos pelo presidente de forma espontânea, sem que tivesse sido questionado sobre o assunto.

Segundo Lula, o país precisa dar garantias ao mundo de que a exploração na região não irá prejudicar a bacia Amazônica ou o oceano Atlântico.

“ Nós, do governo, vamos ter que encontrar uma solução para que a gente explore essa riqueza – se é que ela existe – para o povo brasileiro”, disse.

Lula defende exploração da Margem Equatorial

O presidente da República afirmou que o petróleo é necessário e que é preciso fazer um acordo e garantir a exploração da Margem Equatorial sem afetar o Meio Ambiente.

“Nós queremos o petróleo, porque ele ainda vai existir muito tempo. Nós temos que utilizar o petróleo para que a gente possa fazer a nossa transição energética, que vai precisar de muito dinheiro. E a gente tem perto de nós, a Goiânia e o Suriname, pesquisando petróleo muito próximo à nossa Margem Equatorial”, disse.

“E nós, então, precisamos fazer um acordo, encontrar uma solução em que a gente dê garantia ao país, ao mundo e ao povo da Margem Equatorial que a gente não vai, sabe, detonar nenhuma árvore, sabe? Nada do Rio Amazonas, nada do Oceano Atlântico.”

Posição do governo

O presidente já afirmou, em diversas ocasiões, o interesse em explorar petróleo na margem equatorial. Em junho do ano passado, disse  que “o Ibama tem uma posição e o governo pode ter outra” e que chamaria o órgão ambiental, a Petrobras e o Ministério do Meio Ambiente para decidir sobre o assunto.

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, afirmou que não há prazo para reanalisar o pedido de reconsideração da Petrobras após a conclusão da base de resposta no Oiapoque (AP). O assunto foi discutido há duas semanas em reunião na Casa Civil.

A Petrobras pretende concluir a instalação em março. Na sequência, espera que o órgão ambiental considere as exigências atendidas para permitir a mobilização da sonda e conclusão do primeiro poço no FZA-M-59 no segundo semestre.

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