LYON (FR) – As fusões e aquisições no upstream, de produção e exploração de petróleo e gás natural, devem desacelerar “significativamente” em 2025, aponta a consultoria Rystad Energy. De acordo com a empresa, agora o mercado está consolidado e é improvável que aconteçam novos picos.
Segundo a consultoria, o setor vem de dois anos de recordes em atividades de fusão e aquisição, com US$ 255 bilhões em 2023 e US$ 205 bilhões em 2024. A projeção da Rystad Energy para a carteira global de negócios em 2025 é de US$ 151 bilhões.
Nos últimos dois anos, os números foram impulsionados pelas transações envolvendo produtoras que exploram recursos não-convencionais nos Estados Unidos, como a compra da Hess pela Chevron, por US$ 53 bilhões, e a fusão da ExxonMobil com a Pioneer Natural Resources, estimada em US$ 60 bilhões.
Essa última operação tornou a ExxonMobil a maior empresa em produção de tight oil (reservas não-convencionais) do mundo.
Para este ano, além da consolidação do mercado, fatores como tensões geopolíticas no Oriente Médio, a guerra entre Rússia e Ucrânia e o aumento de impostos para petroleiras no Reino Unido criam obstáculos para novos negócios.
Dos US$ 151 bilhões projetados para 2025, a América do Norte será responsável por US$ 80 bilhões, aquecida pelo setor de gás não-convencional, que no ano passado registrou 17 negócios, alguns ainda em fase de aprovação.
“A América do Norte continua sendo líder em atividade de fusões e aquisições e desempenhará um papel chave em manter a saúde do mercado”, afirmou o vice-presidente de Pesquisa em Petróleo e Gás da Rystad, Atul Raina.
Segundo o analista, o potencial é positivo sobretudo se os preços do gás permanecerem estáveis e favoráveis para a realização de negócios.
A Europa, por sua vez, tem visto menos operações de fusões e aquisições. As transações movimentaram US$ 14 bilhões em 2024, valor 10% menor na comparação anual.
Segundo a consultoria, aproximadamente 75% do total regional se concentrou no Reino Unido. Apesar das grandes empresas estarem expandindo a presença no Mar do Norte, o futuro é incerto.
Em outubro do ano passado, o governo britânico anunciou o aumento de 35% para 38% do imposto sobre lucros para produtores de petróleo e gás do Mar do Norte, o que tornou o imposto para o setor um dos mais altos do mundo.