NESTA EDIÇÃO. Guerra comercial dos EUA inclui tarifas sobre energia.
Começa a valer aumento do diesel da Petrobras.
Sexto maior complexo de geração solar do Brasil entra em operação.
O resultado da eleição na Câmara e no Senado, com a oposição ao governo à frente da Comissão de Infraestrutura.
Vibra vai comercializar diesel com marítimo com teor renovável.
Recordes nos investimentos em transição energética, mas também nos extremos do clima.
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EUA confirmam tarifas sobre importações de energia do Canadá e do México
Os Estados Unidos vão adotar tarifas sobre as importações de recursos energéticos do Canadá e do México a partir de amanhã (4/2).
- A taxa sobre o setor de energia será de 10% para produtos canadenses e 25% para produtos mexicanos.
- Também foram anunciadas novas taxas sobre produtos chineses.
Um dos primeiros impactos deve ser o aumento dos preços da gasolina no Centro-Oeste dos EUA, apontou o Goldman Sachs em análise divulgada antes da confirmação dos percentuais.
- O Goldman Sachs acredita que a guerra comercial pode enfraquecer a demanda por petróleo e impactar o preço internacional do barril no médio prazo.
- Na sexta (31/1), já sob o impacto das tarifas, o barril tipo Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,28%, a US$ 75,53 o barril.
O Canadá foi responsável por 66% de todas as importações de petróleo dos EUA de janeiro a outubro de 2024, de acordo com a Energy Information Administration.
- Analistas apontam que as refinarias estadunidenses poderiam recorrer ao Brasil como fornecedor alternativo, como também a fornecedores do Oriente Médio.
- Segundo a Argus, no entanto, muitas refinarias da região central dos EUA não têm alternativa prática ao petróleo canadense, assim como muitos produtores do Canadá dependem das exportações por oleodutos para o vizinho do sul.
Trump foi eleito sob a promessa de combater a inflação no país por meio da redução do custo da energia e combustíveis.
- Uma eventual queda dos combustíveis dependeria de um petróleo internacional mais barato ou ampliação da produção nacional, o que demanda investimento e tempo.
- “Sem os países da OPEP, não há espaço para acelerar a produção”, ressalta o analista da Hedgepoint Global Markets, Victor Arduin.
No Brasil, diesel mais caro. Começou a valer no sábado (01/2), o aumento de R$ 0,22 por litro de diesel vendido pela Petrobras às distribuidoras nas refinarias. Com o reajuste, o preço médio passou a ser de R$ 3,72 por litro. Foi o primeiro aumento do diesel desde outubro de 2023.
Ainda sobre preços. O presidente Lula reclamou da alta no preço do óleo de soja e do milho. Ele disse que vai conversar com o setor de biocombustíveis para saber se o esmagamento de soja para a produção do biodiesel e do milho para a fabricação do etanol tem relação com a alta nos preços desses alimentos.
Combustíveis vs Alimentos. O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania/SP), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para a região Sudeste, minimizou o questionamento levantado por Lula. Jardim argumenta que o conflito entre produção de alimentos e combustíveis foi superado.
- “Foi um deslize do presidente“, disse a jornalistas
Na energia elétrica, alívio. A bandeira tarifária para o mês de fevereiro será verde, sem cobrança adicional, por conta do volume de chuvas e níveis confortáveis dos reservatórios de usinas hidrelétricas.
Falando em hidrelétricas… O planejamento para as usinas hidrelétricas reversíveis no Brasil deve dar um passo importante neste ano, com a regulamentação do tema. A segunda fase da consulta pública sobre o tema foi encerrada no dia 30 de janeiro. A agenda regulatória da Aneel prevê a conclusão do debate no primeiro semestre deste ano.
- São desafios para o setor a definição de remuneração, a competição nos leilões e o mapeamento de projetos viáveis.
Enquanto isso, solar avança. A Enel Green Power iniciou a operação do complexo solar Arino, em Minas Gerais. O projeto é o sexto maior do país, com capacidade instalada de 611 MW. Veja o ranking atualizado das maiores usinas solares do Brasil.
Mercado livre de energia. De olho na abertura, o grupo Electra anunciou a aquisição da startup Enliv. O relacionamento com clientes de baixa tensão e as soluções de tecnologia foram decisivos para o negócio. Confira a entrevista de Daniel Cardozo com o CEO da Electra Energy, Franklin Miguel.
Mercado livre de gás 1. O ambiente já representa cerca de 30% da demanda no estado de São Paulo, de acordo com a agência reguladora estadual, a Arsesp. O volume de gás natural contratado no mercado livre, em São Paulo, ultrapassou em janeiro os 3 milhões de m³/dia.
Mercado livre de gás 2. Os dois principais centros de consumo do país (São Paulo e Rio de Janeiro), que viram o mercado livre nascer apenas em meados de 2024, porém, começam o ano em tendências destoantes. Leia na gas week.
Eleição na Câmara. O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito no sábado (01/2), em primeiro turno, para o cargo de presidente da Câmara dos Deputados, com 444 votos dos 513 deputados.
- Aos 35 anos, ele será o mais jovem presidente da Casa desde a redemocratização do país
Eleição no Senado. O senador Davi Alcolumbre (União/AP) foi eleito para a presidência do Senado pela terceira vez. A eleição confirma o consenso firmado entre o governo, oposição e centrão em torno do nome.
- O PL, principal partido de oposição, ficou com a 1ª vice-presidência e duas comissões. A Comissão de Infraestrutura, na qual são tratados os projetos de lei que tratam do setor de energia, será comandada por Marcos Rogério (PL/RO).
Descarbonização do combustível marítimo. A Vibra vai comercializar diesel marítimo com até 30% de biodiesel para a Svitzer até dezembro de 2026. A previsão é de um consumo de 230 m³/mês.
- A Svitzer vai utilizar o combustível em sua frota própria de rebocadores de apoio portuário, em Santos (SP).
UE reforça aposta na transição energética. Trump vê as energias renováveis como um empecilho à economia, mas na União Europeia, elas significam diversificação de supridores energéticos e desenvolvimento e descarbonização da sua indústria, em ambos os casos, com o hidrogênio verde cumprindo um papel essencial. Leia na coluna de Gabriel Chiappini.
Investimentos na transição batem recorde… O mundo superou, pela primeira vez, a marca de US$ 2 trilhões em investimentos em transição energética em 2024, mas indústrias emergentes como hidrogênio e captura e armazenamento de carbono (CCS) não conseguiram surfar essa onda. Leia na Diálogos da Transição.
… Mas extremos do clima também. O ano de 2024 entrou para a história como o mais quente já registrado, ultrapassando pela primeira vez o limite de 1,5°C, e, no Brasil, marcou a intensificação dos eventos climáticos extremos, aponta o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Fórum de transição. O Comitê Executivo do Fórum Nacional de Transição Energética vai escolher 29 membros da sociedade civil para um mandato de dois anos (2025-2026) para participar da ferramenta de caráter consultivo. Tem interesse? Saiba como será a seleção