Petróleo

Petróleo recua pela 8ª sessão consecutiva, com tarifas, dados chineses e Opep+ no radar

Aversão a riscos, dados fracos da China e tensões geopolíticas pressionam preços; mercado observa postura da Opep+ e impacto de ataques na Rússia e Iraque

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante coletiva de imprensa na reunião anual do Fórum Econômico Mundial de 2020 em Davos-Klosters, Suíça, em 21/1/2020 (Foto Valeriano Di Domenicor/Fórum Econômico Mundial)
Donald Trump durante coletiva de imprensa na reunião anual do Fórum Econômico Mundial 2020 em Davos, Suíça, em 21 de janeiro | Foto Jakob Polacsek/Fórum Econômico Mundial

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa próxima de 2% nesta segunda-feira (27/1) em sua oitava queda consecutiva, pressionados por uma aversão a riscos no mercado. A sessão contou com uma liquidação de ações ligadas à tecnologia, temores por novas tarifas de Washington após as ameaças do presidente Donald Trump contra a Colômbia, além de indicadores industriais mais brandos que o esperado na China.

Investidores observaram ainda as perspectivas para a postura da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), com renovados sinais de uma manutenção da postura do grupo por agora.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março fechou em queda de 2% (US$ 1,49), a US$ 73,17 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 1,77% (US$ 1,37), a US$ 76,18 o barril.

Os preços do petróleo bruto subiram até 20% entre meados de dezembro e o meio de janeiro, mas vem em um ritmo de queda, e estendeu o recuo nesta sessão, também atingido por outro conjunto de números suaves do PMI da China, aponta Ipek Ozkardeskaya, analista sênior do Swissquote Bank.

Nesta segunda-feira (27), a Bloomberg publicou que os traders do mercado de petróleo esperam que a Opep+ mantenha a sua atual política de abastecimento numa reunião de revisão na próxima semana, resistindo à pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para abrir as torneiras e reduzir os preços do petróleo.

É pouco provável que a aliança liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia se desvie do seu atual roteiro, que prevê a continuação das restrições à oferta neste trimestre, antes de as reduzir gradualmente a partir de abril, de acordo com todos, exceto um, dos 15 traders e analistas consultados pela Bloomberg. Vários delegados da Opep+ disseram o mesmo em privado.

Enquanto isso, a Reuters divulgou que a refinaria de petróleo de Ryazan, na Rússia, interrompeu as operações após um ataque de drones da Ucrânia no fim da semana passada.

De acordo com fontes, o armazenamento do óleo foi incendiado e, dentre os equipamentos danificados, estavam uma estrutura de carga ferroviária e uma unidade de hidrotratamento usada para remover impurezas de produtos refinados.

Já a Bloomberg divulgou que a produção de petróleo no campo de Rumaila, no Iraque, foi reduzida em 300 mil barris por dia após um incêndio na estação DS5 na semana passada. Segundo Mohammed Al-Najjar, representante do Iraque na Opep, ainda não há prazo definido para a recuperação completa dos níveis anteriores, que eram de 1,2 milhão de barris por dia.

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