Biorrefino de etanol

Com investimento de R$ 1,5 bi, complexo em Alagoas aposta em combustíveis neutros em carbono

Complexo energético produzirá etanol e biometano a partir de resíduos da cana-de-açúcar

BRASÍLIA – A biorrefinaria Exygen I anunciou nesta segunda (27/1) investimentos de R$ 1,5 bilhão para a produção de etanol, biometano e biofertilizantes neutros em carbono em Alagoas. O complexo energético terá capacidade de 160 milhões de litros de etanol por ano, a partir de 2026, utilizando resíduos do açúcar como matéria-prima.

A previsão para o biometano é de 50 milhões de m³ anuais, produzido por meio da vinhaça.

A Exygen I é uma parceria entre a GranBio, Usina Caeté, Usina Santo Antônio e Impacto Bioenergia para o complexo de São Miguel dos Campos (AL). O empreendimento tem capacidade para produzir 600 m³ de etanol de baixo teor de emissões por dia e vai otimizar, ainda, a tancagem do combustível e a distribuição do biogás e derivados.

A próxima etapa do projeto inclui a produção de CO2 biogênico (originado da decomposição da matéria orgânica), de biofertilizantes e expansão para a produção de e-metanol, com previsão de entregar 110 milhões de litros por ano.

O que é e-metanol?

O e-metanol, assim como o biometanol, são considerados como uma das alternativas para descarbonizar o transporte marítimo. O biometanol é obtido a partir de biomassa, como resíduos agrícolas, enquanto o e-metanol é obtido a partir de um processo que usa hidrogênio de eletrólise e captura de CO2.

“O excesso de carbono faz aquecer o planeta. Seca demais, chuva demais, desatre climático, doença. Em 17 anos [tivemos] cinco pandemias. É fundamental e para ontem descarbonizar, promover energia renovável, salvar o planeta”, disse o vice presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), durante lançamento da pedra fundamental do empreendimento. A agência eixos transmitiu a cerimônia pelo Youtube (veja a íntegra no alto da página).

“A gente fica feliz de ver uma energia limpa, de carbono neutro, ser produzida aqui em São Miguel dos Campos, e ainda inovadora, lançando e-metanol para despoluir os mares, o transporte marítimo, e promovendo emprego e renda”, completou.

A expectativa do investimento em Alagoas é gerar 510 empregos diretos e outros 1.200 postos de trabalho durante a execução das obras.

Políticas de incentivo

Para o presidente da GranBio, Bernardo Gradin, as recentes aprovações de marcos legais para incentivar a adoção de novos combustíveis no Brasil devem ajudar na formação do mercado.

“Esse projeto vai estar a menos de 1,5km da tubulação de gás da Origem, que é um importante player local. [Está] a menos de 4km da [malha de gasodutos] TAG. Nós vamos conseguir produzir um metano neutro em carbono aqui e vender para qualquer cliente no Brasil graças ao arcabouço legal criado pela lei do Combustível do Futuro e do arcabouço do biometano. Quando a lei certa aparece e a segurança jurídica é estabelecida, o investimento acontece”, disse Gradin durante o evento.

O executivo também citou o exemplo dos projetos de inovação desenvolvidos pela empresa que atraíram investimento nos Estados Unidos, com financiamentos liberados pelos departamentos de Energia e de Defesa dos EUA.

“A GranBio é reconhecida nos Estados Unidos como uma das empresas mais inovadoras com o melhor arcabouço de inovações e patentes. O departamento de energia dos EUA nos deu uma subvenção de 100 milhões de dólares para acelerar nossa tecnologia para a produção de SAF a partir de biomassa. Nós já recebemos cinco incentivos do governo americano para acelerar tecnologias verdes lá”, frisou.

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