Preço do petróleo

Petróleo fecha em baixa, pressionado por declarações de Trump sobre quedas nos preços do barril

Declarações de Trump em Davos sobre o controle da inflação e a guerra na Ucrânia impactam o barril, enquanto estoques nos EUA caem acima do esperado

Donald Trump, presidente dos EUA, participa da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, em 23/1/2025 (Foto Benedikt von Loebell/WEF)
Presidente dos EUA, Donald Trump, durante o Fórum Econômico Mundial 2025, em Davos, Suíça | Foto Benedikt von Loebell/WEF

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta quinta-feira (23/1) em uma sessão marcada pelas declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o mercado no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O republicano apontou para a necessidade de uma queda nos preços, visando controle da inflação americana, além de objetivos geopolíticos.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março fechou em queda de 1,09% (US$ 0,82), a US$ 74,62 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,76% (US$ 0,59), a US$ 77,56 o barril.

Trump disse que é preciso derrubar os preços do petróleo. “Se os preços do petróleo caírem, a guerra da Rússia contra Ucrânia acabará rapidamente”.

O republicano afirmou ainda que irá “pedir à Arábia Saudita e à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para reduzirem o custo do petróleo”.

A Capital Economics aponta que preços mais baixos do barril não irão incentivar os produtores de petróleo dos EUA a aumentar a produção, particularmente no Alasca, de alto custo. Por sua vez, os riscos descendentes para suas previsões de preços do petróleo, já abaixo do consenso, aumentaram.

“É claro que não seria garantido que a Arábia Saudita atenderia a um pedido de Trump para expandir a produção de petróleo e reduzir os preços globais do petróleo. Afinal de contas, a Arábia Saudita se afastou do bloco de influência dos EUA nos últimos anos”, pondera.

Dito isto, tem havido sinais de aquecimento das relações ultimamente, e Trump é conhecido por ter boas relações com o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman e também com o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, lembra a consultoria.

Além disso, no meio de frustrações claras por parte dos responsáveis sauditas relativamente à sobreprodução entre alguns membros da Opep e aliados (Opep +) no ano passado, a Capital Economics apontou em diversas ocasiões que o risco de a Arábia Saudita abrir as comportas para recuperar quota de mercado estava aumentando. “Este convite explícito de Trump pode ser a cobertura que a Arábia Saudita precisa para abrir as torneiras”, conclui.

Estoques americanos caem

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram queda de 1,017 milhão de barris, a 411,663 milhões de barris na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. Analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam queda menor, de 500 mil barris.

Os estoques de gasolina, entretanto, tiveram alta de 2,332 milhões de barris, a 245,898 milhões, enquanto a projeção era de ampliação de 1,9 milhão de barris.

Já os de destilados recuaram 3,07 milhões de barris, a 128,945 milhões, quando a previsão era alta de 300 mil barris.

A taxa de utilização da capacidade das refinarias caiu de 91,7% para 85,9%, ante a previsão de 90,7%.

Os estoques de petróleo no centro de distribuição de Cushing tiveram queda de 138 mil barris, a 20,655 milhões de barris. A produção média diária de petróleo caiu a 13,477 milhões de barris na semana.

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