Recorde de aquecimento

Cientistas apontam que mundo ficou 1,55°C mais quente em 2024

OMM confirma 2024 como o ano mais quente já registrado, cerca de 1,55°C acima do nível pré-industrial

Termômetro de rua registrando 39°C na região da Praça da Sé, em São Paulo, em 12/11/2023, devido a ondas de calor, cada vez mais intensas e frequentes (Foto Paulo Pinto/Agência Brasil)
Mudança climática torna ondas de calor cada vez mais frequentes | Foto Paulo Pinto/Agência Brasil

BRASÍLIA – A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou, nesta sexta (10/1), que 2024 é o ano mais quente já registrado, com base em seis conjuntos de dados internacionais.

Os últimos dez anos estiveram todos no topo do ranking, em uma sequência de temperaturas recordes.

A temperatura média global da superfície foi de 1,55°C (com uma margem de incerteza de ± 0,13°C) acima da média de 1850-1900, de acordo com a análise consolidada da OMM de seis conjuntos de dados.

Isso significa que provavelmente acabamos de vivenciar o primeiro ano civil com uma temperatura média global de mais de 1,5°C acima da média do nível pré-industrial

A OMM utiliza dados do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), Agência Meteorológica do Japão, NASA, Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), Met Office do Reino Unido em colaboração com a Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (HadCRUT) e Berkeley Earth.

Há uma margem de incerteza em todas as avaliações de temperatura. Todos os seis conjuntos de dados colocam 2024 como o ano mais quente já registrado e todos destacam a taxa recente de aquecimento. Mas nem todos mostram a anomalia de temperatura acima de 1,5 °C devido a diferentes metodologias.

Ambição climática mais difícil

Um dos objetivos dos esforços internacionais para cortar emissões de gases de efeito estufa é limitar o aquecimento a 1,5°C até 2100 de forma a evitar agravamento de eventos extremos como secas severas e tempestades como as observadas no ano passado.

Segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, o fato de termos chegado a 1,55°C de aquecimento, no entanto, não significa que a meta de longo prazo está fora de alcance.

“Anos individuais ultrapassando o limite de 1,5°C não significam que a meta de longo prazo foi atingida. Significa que precisamos lutar ainda mais para entrar no caminho certo”, disse o secretário durante a divulgação dos dados.

“Temperaturas escaldantes em 2024 exigem uma ação climática pioneira em 2025. Ainda há tempo para evitar o pior da catástrofe climática. Mas os líderes devem agir — agora”, completou.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias