BRASÍLIA – A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou, nesta sexta (10/1), que 2024 é o ano mais quente já registrado, com base em seis conjuntos de dados internacionais.
Os últimos dez anos estiveram todos no topo do ranking, em uma sequência de temperaturas recordes.
A temperatura média global da superfície foi de 1,55°C (com uma margem de incerteza de ± 0,13°C) acima da média de 1850-1900, de acordo com a análise consolidada da OMM de seis conjuntos de dados.
Isso significa que provavelmente acabamos de vivenciar o primeiro ano civil com uma temperatura média global de mais de 1,5°C acima da média do nível pré-industrial
A OMM utiliza dados do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), Agência Meteorológica do Japão, NASA, Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), Met Office do Reino Unido em colaboração com a Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (HadCRUT) e Berkeley Earth.
Há uma margem de incerteza em todas as avaliações de temperatura. Todos os seis conjuntos de dados colocam 2024 como o ano mais quente já registrado e todos destacam a taxa recente de aquecimento. Mas nem todos mostram a anomalia de temperatura acima de 1,5 °C devido a diferentes metodologias.
Ambição climática mais difícil
Um dos objetivos dos esforços internacionais para cortar emissões de gases de efeito estufa é limitar o aquecimento a 1,5°C até 2100 de forma a evitar agravamento de eventos extremos como secas severas e tempestades como as observadas no ano passado.
Segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, o fato de termos chegado a 1,55°C de aquecimento, no entanto, não significa que a meta de longo prazo está fora de alcance.
“Anos individuais ultrapassando o limite de 1,5°C não significam que a meta de longo prazo foi atingida. Significa que precisamos lutar ainda mais para entrar no caminho certo”, disse o secretário durante a divulgação dos dados.
“Temperaturas escaldantes em 2024 exigem uma ação climática pioneira em 2025. Ainda há tempo para evitar o pior da catástrofe climática. Mas os líderes devem agir — agora”, completou.