Polícia Federal deflagra nova fase da Lava Jato na Petrobras

ANP retoma consulta sobre regras de acesso aos terminais aquaviários. Na imagem: Vista aérea de duas embarcações em terminal de Derivados de Alemoa, da Petrobras, no Porto de Santos (Foto: Divulgação)
Terminal de Derivados de Alemoa, Petrobras, no Porto de Santos (Foto: Divulgação)

BRASÍLIA – A Polícia Federal deflagrou nesta quarta (7) a 76ª fase da operação Lava Jato para apurar um um possível esquema de corrupção na diretoria de Abastecimento da Petrobras. Na Operação Sem Limites III são cumpridos tem três mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro.

As ações, segundo comunicado da Polícia Federal, pretendem aprofundar investigações sobre supostas práticas criminosas cometidas na gerência executiva de Marketing e Comercialização da empresa e tiveram origem na operação ‘Sem Limites’ (57ª fase da Operação Lava Jato), realizada em dezembro de 2018.

Desde a primeira versão da operação, executivos ligados a empresas estrangeiras investigadas fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e relacionaram a atuação de integrantes da Petrobras em esquema de favorecimento de suas empresas.

As colaborações apontam que funcionários na estatal responsáveis pelas negociações de compra e venda de bunker e diesel marítimo recebiam vantagens indevidas para favorecer as empresas no processo de suprimento do combustível de navios à serviço da Petrobras em outros países.

De acordo com a PF, a propina era repassada também a outros agentes públicos da gerência executiva de Marketing e Comercialização da Petrobras.

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A PF não informou os nomes dos suspeitos investigados na operação, que podem responder na Justiça por corrupção passiva, organização criminosa e de lavagem de dinheiro caso as investigações sejam confirmadas.

“Um dos ex-funcionários da Petrobras requerido nas medidas cumpridas hoje foi responsável pelas negociações de combustíveis marítimos para os navios da estatal, próprios e afretados, que abasteciam no porto de Singapura. Tendo em vista a série de irregularidades cometidas, entre as quais, relacionamento impróprio com fornecedores e conflito de interesses, chegou a ser suspenso de suas atividades por 29 dias”, informou o MPF do Paraná.

Ainda segundo o MPF, a operação se baseia em mensagens de SMS, e-mails, planilhas e uma série de recibos de uma das companhias envolvidas “que demonstram, aliadas a diversas informações bancárias e fiscais, a existência de um sistemático esquema de pagamento de vantagens indevidas e de conversão desses valores em bens de aparência lícita, que perdurou pelo menos de 2009 a 2018″.

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Posição da Petrobras

A Petrobras esclarece que os envolvidos na 76ª Fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira (7/10), são ex-funcionários da companhia. As acusações de corrupção referem-se ao período de 2009 a 2013. Os envolvidos continuaram a praticar atos de lavagem de dinheiro até 2018, já fora da Petrobras.

A Petrobras reitera que é vítima dos crimes desvendados pela Operação Lava-Jato, sendo reconhecida como tal pelo Ministério Público Federal e pelo Supremo Tribunal Federal. A companhia colabora com as investigações desde 2014, e atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 21 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 71 ações penais relacionadas a atos ilícitos investigados pela Operação Lava Jato.

Cabe salientar que a Petrobras já recebeu mais de R$ 4,6 bilhões, a título de ressarcimento, incluindo valores que foram repatriados da Suíça por autoridades públicas brasileiras.

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