A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) suspendeu novamente um leilão de biodiesel, nesta segunda (5). Desta vez, foi o 76° Leilão de Biodiesel (L76), que estava em curso para comercialização do biocombustível necessário para mistura obrigatória de 12% (B12) de biodiesel no diesel B, nos meses de novembro e dezembro.
“A fase 2 da etapa 2 está suspensa para que a ANP avalie, com base no volume ofertado, a necessidade de redução do percentual de mistura obrigatória para os meses de novembro e dezembro”, afirmou a ANP, em nota.
A paralisação já era esperada, uma vez que a ANP comunicou no dia 24 de setembro a possibilidade de suspensão da etapa 2 para análise do balando de oferta e demanda.
Não foi divulgada uma data para retomada do leilão.
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Na primeira rodada da etapa 2 do L76, os produtores de biodiesel ofertaram um total de 1.208,2 bilhão de litros, de acordo com o BiodieselBr. O volume é um pouco acima do 1,2 bilhão de litros que os distribuidores apontaram como mínimo para atender o B12.
Levando em conta a margem de segurança, alguns consideram que seriam necessários 1,3 bilhão de litros para manter a mistura obrigatória em 12%.
A redução para o B10 acabou sendo aplicada no leilão anterior, o L75. Houve uma combinação de restrição na oferta de soja, principal matéria-prima do biodiesel, e uma recuperação mais rápida que a esperada na demanda por diesel, após o impacto no mercado de combustível em decorrência da pandemia.
As situações se retroalimentam. O setor agropecuário é grande demandante de diesel e vivencia uma safra e demanda recordes, especialmente no caso da soja, voltada para exportação.
Parte dos produtores de biodiesel, representados pela Ubrabio, defende a liberação de importação de soja. Outros, associados à Aprobio, propuseram a elevação dos preços de máximos de referência do leilão. Em geral, as distribuidoras, em especial as de menor porte, defendem a redução temporária da mistura obrigatória.
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