RIO – A Cerâmica Capri e a Cerâmica Serra Azul se tornarão, a partir de janeiro de 2025, as primeiras indústrias de Sergipe a migrarem para o mercado livre de gás natural.
As duas companhias, ambas de Nossa Senhora do Socorro (SE), assinaram recentemente contratos com fornecedores diferentes: a Capri com a Eneva; e a Serra Azul, do grupo Carmelo Fior, com a Brava Energia (resultado da fusão 3R Petroleum/Enauta).
Este é, aliás, o primeiro contrato da Brava com uma indústria no mercado livre.
Juntas, as duas empresas de cerâmica consomem cerca de 100 mil m3/dia, segundo uma fonte. Isso representa quase um terço do mercado não-termelétrico da Sergas, a distribuidora de gás canalizado local.
Além das duas, a Unigel já chegou a operar a fábrica de fertilizantes de Laranjeiras (SE) como cliente livre, mas a unidade – hoje paralisada – já nasceu no mercado livre, sem que tenha havido, portanto, uma migração.
Eneva diversifica carteira de clientes
A Eneva anunciou nesta quarta (18/12) que o contrato com a Cerâmica Capri é de dois anos, na modalidade firme e flexível.
A Capri é o primeiro cliente industrial da Eneva em Sergipe – no estado, a empresa deve consumir ao menos 150 mil m3/mês para ter o direito a migrar para o mercado livre.
O contrato faz parte da estratégia da Eneva de maximizar o uso da capacidade do terminal de regaseificação de Sergipe, que pode fornecer até 21 milhões de m³/dia.
Desde meados do ano, quando montou sua mesa de comercialização de gás do hub Sergipe, a companhia já fechou contratos para fornecimento de gás às termelétricas Termopernambuco (550 MW), da Neoenergia, em Pernambuco; e LORM (242 MW), da Linhares Geração, no Espírito Santo.
E, no setor industrial, assinou recentemente um acordo para suprimento com a Vale.