R$ 20 milhões

Equinor investe na produção de biocombustíveis na Bahia

Projeto pode auxiliar na redução das emissões das operações da petroleira no Brasil

Projeto Safe (sigla para Agroflorestas Sustentáveis para Energia, em tradução livre), iniciativa com foco em bioenergia e sequestro de carbono na Mata Atlântica (Foto Coperphoto/Fieb)
Projeto Safe (sigla para Agroflorestas Sustentáveis para Energia, em tradução livre), iniciativa com foco em bioenergia e sequestro de carbono na Mata Atlântica | Foto Coperphoto/Fieb

RIO – A Equinor firmou um acordo com o Senai Cimatec, nesta quarta (4/12), para investir cerca de R$ 20 milhões em um projeto que alia a produção de biocombustíveis a sistemas agroflorestais sustentáveis, no Polo de Camaçari, na Bahia.

Segundo a petroleira norueguesa, o projeto pode auxiliar na redução das emissões das suas operações em campos de exploração e produção de óleo e gás no Brasil. 

Batizado de Safe – sigla para Agroflorestas Sustentáveis para Energia, em tradução livre – a iniciativa tem foco em bioenergia e sequestro de carbono na Mata Atlântica.

Neste sistema, plantas como a soja, por exemplo, podem ser cultivadas em meio a florestas plantadas em áreas degradadas, o que contribui para a captura de carbono. As oleaginosas, então, podem ser utilizadas para produção de combustível sustentável marítimo ou de aviação.

“Conhecemos a relevância dos biocombustíveis para a descarbonização de setores como o marítimo, do qual fazemos parte com nossas operações nas Bacias de Campos e Santos”, afirma Andrea Achoa, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Equinor no Brasil.

“Nesse sentido, enxergamos na cultura sustentável de oleaginosas uma alternativa possível para reduzir as emissões das nossas operações”, completa. 

Campo experimental 

Em Camaçari, na Bahia, um campo experimental será desenvolvido no Senai Cimatec Park. Após os 42 meses previstos para o Safe, a infraestrutura poderá ser utilizada para testes e análises adicionais, em programa a ser definido pelos parceiros ao final do cronograma.

“O projeto Safe representa um marco no enfrentamento das mudanças climáticas, ao integrar sistemas agroflorestais e tecnologias avançadas como aprendizado de máquina e sensoriamento remoto. Com foco no bioma da Mata Atlântica, vai promover soluções que geram benefícios ambientais, sociais e econômicos, alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, destaca Leone Andrade, diretor-geral do Senai Cimatec.

O projeto contempla, entre outras entregas, um protocolo para implementação, manejo e monitoramento do sistema agroflorestal proposto na Mata Atlântica, bem como um relatório econômico sobre a produção de oleaginosas, sequestro de carbono e uma avaliação de impacto social e ambiental serão entregues como resultado do projeto.

Além disso, um modelo integrado envolvendo quantificação de carbono na biomassa e no solo, análise de ciclo de vida, parâmetros meteorológicos, bioenergéticos e econômicos será calibrado e validado utilizando integração de multi-sensores, análises laboratoriais e inteligência artificial.

Hub de combustíveis verdes na Baía de Todos os Santos

O governo da Bahia planeja um hub de combustíveis verdes para navios e aviões, na Baía de Todos os Santos, região metropolitana de Salvador. 

A estratégia busca combinar a existência dos portos de Aratu, Enseada e de Salvador, com a proximidade do distrito industrial de Aratu e o Polo Petroquímico de Camaçari, além da Refinaria de Mataripe, controlada pela Acelen.

A Acelen, inclusive, anunciou investimentos de R$ 12 bilhões para produzir diesel verde e SAF, a partir de oleaginosas, no caso a macaúba que será plantada 180 mil hectares de pastagens degradadas da Bahia e Minas Gerais.