Bolsonaro diz que EUA garantirão cota extra de 80 mil toneladas de açúcar ao Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (21), pelo Twitter, que o governo norte-americano vai garantir ao Brasil uma cota adicional de 80 mil toneladas de açúcar com tarifa reduzida para entrada no mercado dos EUA. A nova cota aumenta em 34,7%, para 310 mil toneladas, o volume de açúcar que o Brasil poderá vender ao parceiro comercial com tributação mais baixa. O novo volume, no entanto, representa menos de 2% das exportações brasileiras de açúcar.

Atualmente o Brasil conta com uma cota de 230 mil toneladas de açúcar com tributação reduzida de 14 dólares por tonelada. Volumes acima desse limite são taxados em US$ 337,92 por tonelada. Em 2019 o Brasil exportou 19,063 milhões de toneladas de açúcar. No ano anterior foram 22,184 milhões de toneladas.

No Twitter Bolsonaro afirmou que este é o “primeiro resultado das recém-abertas negociações Brasil-EUA para o setor de açúcar e álcool” e frisou que a abertura beneficiará produtores do Nordeste. Por lei, cotas de exportação de açúcar são ocupadas exclusivamente por produtores das regiões Norte e Nordeste.

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1- O Representante Comercial dos EUA (USTR) comunicou hoje ao @ItamaratyGovBr @ernestofaraujo que o Brasil receberá uma quota adicional de 80 mil toneladas de açúcar no mercado americano. pic.twitter.com/QblTjWXDKt

— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 21, 2020

A abertura maior do mercado norte-americano ao açúcar brasileiro era um pedido do setor sucroalcooleiro ao governo brasileiro como contrapartida ao aumento da cota de etanol isenta da tarifa de importação, que foi definida pela Camex em 11 de setembro. Com a nova regra o governo brasileiro vai permitir a importação de até 187,5 milhões de litros de etanol isentos de tarifa pelo prazo de 90 dias, até dezembro.

A abertura ao etanol dos EUA pode favorecer Trump na disputa eleitoral em Iowa no momento em que o presidente americano vê a disputa pela sua reeleição se tornar mais difícil. O maior estado produtor de etanol do país é área em constante disputa eleitoral por tradicionalmente não contar com maioria significativa de intenções de votos nem para candidatos republicanos, nem para democratas.

No começo de setembro a Confederação da Agricultura (CNA) havia se posicionado contra a facilitação à importação de etanol norte-americano sem que houvesse, em reciprocidade, uma abertura maior ao açúcar brasileiro nos EUA.

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