BRASÍLIA – A Petrobras e a petroleira estatal chinesa CNOOC assinaram um memorando de entendimento (MoU, na sigla em inglês, para avaliar uma cooperação de longo prazo e criação de um Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação Brasil-China. Também integram o acordo o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Chinesa do Petróleo de Pequim (CUP Beijing).
O MoU terá prazo de dois anos e foi constituído de forma preliminar e não vinculativa, ou seja, caberá avaliação aprofundada das partes. O documento define os papeis e responsabilidades das empresas e instituições no desenvolvimento dos profissionais envolvidos, nos possíveis mecanismos de cooperação, bem como detalha as áreas de conhecimento sujeitas à cooperação e ao desenvolvimento tecnológico.
Pelo acordo, será criado um comitê diretor, com membros de todas as partes envolvidas, com dois membros de cada companhia ou instituição.
Petrobras e CNOOC já atuam em parceria em diversos empreendimentos no Brasil. Recentemente, foram celebrados três contratos de concessão do 4º Ciclo de Licitações da Oferta Permanente, numa parceria que reúne as duas empresas e a Shell.
Em 2022, a petroleira chinesa concluiu o processo de adesão aos contratos vigentes do Sistema Integrado de Escoamento de gás natural da Bacia de Santos (SIE-BS), permitindo o escoamento do gás oriundo de Búzios, no pré-sal, por qualquer uma das rotas de exportação do sistema e processá-lo nas plantas de propriedade da Petrobras.
As negociações entre as companhias também envolveu a venda, pela Petrobras, de 5% da participação do campo de Búzios, elevando a parcela da CNOOC para 10%.
Offshore renovável
Em agosto de 2023, a Coppe/UFRJ fechou acordo com a CNOOC para fazer dois projetos de pesquisa voltados para energias renováveis no oceano.
O primeiro teve como objetivo estudar turbinas eólicas flutuantes em profundidades de 60 a 150 metros. “Buscamos sistemas eólicos flutuantes que sejam competitivos tanto em desempenho quanto em custo da energia. Avaliaremos o desempenho das estruturas com grau de maturidade tecnológica (TRL) superior a 4 e métodos construtivos que possam dar maior competitividade às plataformas flutuantes”, explicou Segen Estefen, coordenador do Grupo de Energias Renováveis no Oceano (Gero).
O segundo projeto era voltado a pesquisar a descarbonização das atividades de exploração e produção de óleo e gás no pré-sal, em profundidades de 500 a 2.500 metros. A iniciativa visa adotar um conceito inovador de parque híbrido, combinando fontes eólica, de onda e solar.