O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, levou à primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e ao ministro da Economia italiano, Giancarlo Giorgetti, reclamações sobre o serviço prestado pela Enel na distribuição de energia no Brasil e sobre a alta centralização das decisões da empresa na matriz.
“Há uma centralização decisória muito grande da Enel na própria Itália, o que dificulta uma disposição mais rápida ou uma possibilidade mais séria e mais rápida de resposta em eventos como o que aconteceu em São Paulo e o que aconteceu mais recentemente no Rio de Janeiro”, disse Silveira em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (18/11) durante a Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro.
O ministro se reuniu com as autoridades italianas no domingo (17/11), como parte dos acordos bilaterais do presidente Lula durante o G20.
Segundo Silveira, o governo brasileiro explicou às autoridades europeias os termos que a Enel terá que cumprir caso decida renovar o contrato de distribuição de energia em São Paulo. A atual concessão vai até 2028.
O ministro lembrou que os novos contratos não vão permitir que os cortes de energia causados por eventos climáticos extremos sejam desconsiderados dos indicadores de qualidade do fornecimento.
“Como foi conversado de forma objetiva, ela [Meloni] compreendeu, o ministro da Economia compreendeu, ficou de se reunir com a Enel e dar uma resposta oficial ao governo brasileiro em uma questão diplomática”, disse Silveira.
Em outubro, mais de 3 milhões de consumidores ficaram sem fornecimento de energia por dias na área de concessão da Enel em São Paulo depois de fortes tempestades. Na semana passada, também ocorreram problemas na distribuição de energia em cidades atendidas pela concessionária na região metropolitana do Rio.