Transição energética

Fernando de Noronha ganha baterias para reduzir emissões

Portaria autoriza Neoenergia a investir R$ 300 milhões em painéis fotovoltaicos associados a baterias

Projeto Noronha Verde consiste na instalação de painéis fotovoltaicos associados a banco de baterias. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Projeto Noronha Verde consiste na instalação de painéis fotovoltaicos associados a banco de baterias. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

BELO HORIZONTE – O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou, nesta sexta-feira (1°/11), portaria que autoriza a Neoenergia a investir cerca de R$ 300 milhões na instalação de painéis fotovoltaicos associados a banco de baterias em Fernando de Noronha (PE).

O projeto Noronha Verde inclui ainda ações de conscientização da população sobre o consumo eficiente de energia elétrica na ilha.

“Fernando de Noronha será ainda mais verde e hoje estamos dando um passo importante para isso: impulsionando a transição energética neste patrimônio ecológico natural no nosso país. Autorizamos um dos grandes projetos de geração de energia renovável centralizada, visando a descarbonização da ilha e o fortalecimento das fontes renováveis no país”, afirmou o ministro do MME, Alexandre Silveira (PSD).

A iniciativa vai garantir maior segurança energética e pode reduzir em até 85% as emissões de gases do efeito estufa na ilha, onde a geração de energia elétrica depende, principalmente, da UTE Tubarão, a qual é abastecida com óleo diesel.

Em 2022, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicou uma nota técnica que identificava que, a partir de 2024, Fernando de Noronha teria déficit na geração devido ao aumento da carga. Um dos motivos é a proibição da circulação de carros à combustão na ilha a partir de 2023 – consequentemente, a alteração da frota para veículos elétricos.

A organização sugeria “buscar alternativas de suprimento elétrico para Fernando de Noronha”, tanto para reduzir os custos de geração com a termelétrica quanto para diminuir as emissões de carbono.

O novo investimento não trará custo adicional para os consumidores e tem previsão de, após entrada em operação, reduzir encargos e subsídios da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC).

“Este projeto representa um grande avanço para a ilha e para o setor elétrico nacional, na medida em que viabiliza a produção de energia renovável num sistema isolado como o de Fernando de Noronha, Patrimônio Natural Mundial pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)”, disse o CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui.

Segundo a portaria, a distribuidora tem 30 dias para apresentar um plano de investimento para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e está autorizada a reforçar imediatamente o provimento de energia até o projeto Noronha Verde entrar em operação, no início de 2027.