BRASÍLIA – O conselho de administração da Petrobras aprovou a continuidade da implantação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), localizada em Três Lagoas (MS). A decisão, divulgada pela companhia nesta sexta (25/10), ocorreu após a reavaliação do Plano Estratégico 2024-2028, que confirmou a atratividade econômica do projeto.
Com isso, a UFN-III foi incluída na carteira em implantação do plano de investimentos, aprovado ano passado. Á época, o projeto foi mantido na lista em avaliação, sem a decisão final de execução.
A unidade estava hibernada desde 2015 e o processo de reavaliação do projeto começou ano passado, em função da aprovação do retorno da companhia ao segmento de fertilizantes, em linha com as diretrizes estratégicas aprovadas no âmbito do plano estratégico.
Com a aprovação do conselho, a Petrobras dará início aos processos de contratação para a retomada de obras na unidade. A previsão de início da operação é 2028, somando R$ 3,5 bilhões em investimentos.
“O setor de fertilizantes tem importância estratégica para a Petrobras. Estamos retomando os investimentos nesse segmento, a partir de estudos de viabilidade técnica e econômica, com o objetivo de contribuirmos para a redução da dependência da importação de fertilizantes no Brasil”, disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Localização privilegiada
O diretor de Processos Industriais da Petrobras, William França, destacou a vantagem logística e a importância da futura unidade de fertilizantes.
“Com o aumento da oferta dos produtos gerados na UFN-III e a sua localização privilegiada, próxima aos principais consumidores do Centro-Oeste, Sul e Sudeste, estamos seguros da importância da unidade para a região e o país”, afirmou.
O projeto da UFN III prevê a produção anual de cerca de 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia. A unidade localiza-se próxima aos principais mercados consumidores destes produtos e atenderá majoritariamente os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo.
Segundo a Petrobras, a localização estratégica traz mais confiabilidade em relação às alternativas de suprimento deste mercado, cuja demanda por ureia fertilizante apresenta tendência de crescimento.
A amônia é uma matéria-prima para a produção de fertilizantes e petroquímicos, além de outros produtos agropecuários; e a ureia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado no Brasil, cuja demanda nacional é estimada em cerca de 7 milhões de toneladas para 2024, sendo integralmente importada atualmente.
O milho é a principal cultura para demanda de ureia fertilizante no Brasil, mas o produto também é utilizado no cultivo de cana-de-açúcar, café, trigo e algodão, entre outros. A ureia também será destinada à pecuária, utilizada como complemento alimentar para animais ruminantes.