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Mesmo após religar unidades afetadas pela chuva, Enel vai continuar a enfrentar problemas em São Paulo

Cidade terá mais chuvas, enquanto crise pelo apagão do final da semana passada se desenrola no governo e na Justiça

São Paulo (SP), 17/10/2024 - O presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, fala durante entrevista coletiva na sede da empresa.
São Paulo (SP), 17/10/2024 - O presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, fala durante entrevista coletiva na sede da empresa. | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

NESTA EDIÇÃO.

Os desdobramentos da crise da Enel em São Paulo.
 
TAG testa novos contratos com termelétricas.
 
SIM compra rede de distribuição da TotalEnergies.
 
ANP aprova novo edital e modelo de contrato para a oferta permanente
 
ExxonMobil estuda hidrogênio.
 
Brasil leva à COP29 defesa da incorporação do clima à agenda econômica global


EDIÇÃO APRESENTADA POR

A crise desencadeada pelo apagão em São Paulo depois das fortes chuvas há uma semana vai ter desdobramentos mesmo depois do religamento dos consumidores afetados. 
 
As discussões seguem, enquanto a capital paulista tem previsão de novas tempestades para os próximos dias. 

A Defesa Civil do estado emitiu um alerta metereológico para chuvas e ventos intensos entre sexta-feira (18) e domingo (20). 
 
Autoridades continuam a questionar o contrato de distribuição da Enel, incluindo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e o governador do estado, Tarcísio Freitas (Republicanos)

  • Os pedidos pelo fim da concessão são consenso entre os dois candidatos à prefeitura, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o concorrente Guilherme Boulos (Psol). 

A empresa cumpriu o pedido do governo e restabeleceu até a manhã de quinta (17) o suprimento de energia das unidades afetadas pela chuva da semana anterior. 

  • Ainda havia 36 mil clientes sem luz na quinta, número considerado como uma operação próxima da normalidade, segundo o presidente da Enel SP, Guilherme Lencastre. 
  • O executivo afirma que as concessionárias não têm incentivos para investir na resiliência das redes

Há ainda as ações judiciais contra a concessionária, abertas pela própria prefeitura e por setores que tiveram prejuízos econômicos devido à falta de energia. 

Também há dois processos na Controladoria-Geral da União (CGU): uma auditoria para apurar falhas da Enel na gestão do apagão e uma investigação preliminar a respeito da fiscalização da Aneel sobre a concessão. 

Um dos questionamentos levantados ao longo dessa semana por Silveira foi a possibilidade de uma alteraçãona duração dos mandatos de diretores e conselheiros de agências reguladoras, de modo a coincidir com as mudanças de governo.

A Câmara também reagiu e aprovou na quinta um projeto de lei que dá aos municípios participação ativa na fiscalização e controle das licitações e contratos de distribuição de energia, prerrogativa até então restrita à União. 

Os debates devem incluir ainda o tema da prorrogação de contratos de distribuição que estão próximos ao vencimento. A Aneel está com uma consulta pública aberta sobre o tema, que já estava programada antes da crise. 

  •  O contrato da Enel vai até 2028. A empresa precisa indicar se tem interesse em renovar a concessão a partir de junho do ano que vem 


Despacho de termelétricas. A Transportadora Associada de Gás (TAG) está testando novas condições contratuais com as termelétricas, para facilitar o despacho emergencial de usinas conectadas aos seus gasodutos. A companhia enxerga uma oportunidade de aproximação com as usinas no debate sobre a harmonização estrutural entre os setores elétrico e de gás.
 
Concorrência no gás. O prêmio de incentivo à demanda, oferecido pela Petrobras nas novas rodadas de negociação com as distribuidoras estaduais, deve levar a uma reacomodação dos preços do gás natural da companhia frente ao aumento da concorrência.
 
Mercado livre de gás. O desenvolvimento do biometano em São Paulo tende a se dar pela via do mercado livre de gás natural no estado, acredita a superintendente de Regulação de Gás da Arsesp, Carina Couto.
 
Monofasia para o biometano. Concentrar no produtor de biometano o regime monofásico dos combustíveis, como previsto na reforma tributária, pode ter efeitos contrários ao desejado, de coibir a sonegação fiscal, defende a presidente da ABiogás, Renata Isfer.
 
SIM Distribuidora compra rede da TotalEnergies. A SIM Distribuidora, do grupo Argenta, anunciou a aquisição das operações de distribuição de combustíveis da TotalEnergies no Brasil. Com a compra, a SIM amplia a atuação para além da região Sul. A negociação envolve uma rede de 240 postos de combustíveis
 
Oferta permanente. A ANP aprovou a nova versão do edital e das minutas dos contratos para blocos e áreas com acumulações marginais na oferta permanente de concessão. Entre as modificações estão adequações às mudanças nas diretrizes de conteúdo local aprovadas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em dezembro de 2023.
 
Descarbonização marítima. A criação de uma demanda interna para biocombustíveis no transporte marítimo é uma das principais recomendações endereçadas ao governo brasileiro pelo relatório divulgado em setembro pelo Grupo de Trabalho de Negócios Oceânicos do Pacto Global da ONU – Rede Brasil.
 
ExxonMobil estuda hidrogênio. A ExxonMobil Brasil assinou um acordo com a USP para desenvolver tecnologias para transporte de hidrogênio. O aporte de R$ 24 milhões é proveniente dos investimentos obrigatórios da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da ANP. 
 
Atlas Agro selecionada para investimentos internacionais. A Atlas Agro foi selecionada para fazer parte do Acelerador de Transição Industrial, plataforma de incentivo à descarbonização na indústria pesada e no transporte. A empresa desenvolve uma planta de hidrogênio verde para produção de fertilizantes em Minas Gerais.
 
Investimentos estrangeiros. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançou a plataforma InvestVis, que promete facilitar o acesso a dados sobre investimentos estrangeiros diretos no Brasil e no mundo. Em 2023, o Brasil figurou entre os cinco principais destinos desses investimentos no mundo.
 
Brasil na COP29. País levará à COP posição de que é preciso incorporar o clima à agenda econômica global. Como presidente do G20 em 2024, o Brasil conseguiu fortalecer a percepção entre as principais economias globais de que os fundos climáticos, sozinhos, não serão suficientes para o enfrentamento à mudança climática, segundo o embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores. Leia na Diálogos da Transição
 
Opinião: Tido como uma potência em energia renovável, o Brasil tem conquistado protagonismo na transição energética. Embora ainda haja um árduo caminho a percorrer, o país possui potencial para se consolidar como líder global deste setor, escreve o CEO e fundador do Grupo Safira, Mikio Kawai Jr.