As chuvas que atingiram a capital paulista levaram à queda de 967 quedas de árvores, das quais 850 atingiram redes elétrica. O dado foi apresentado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista nesta quarta-feira (16/10).
Segundo o ministro, a interferência das árvores nos fios foi responsável pela interrupção no fornecimento de energia de cerca de 2 milhões de unidades consumidoras, considerando que cada linha atende cerca de 1.800 unidades.
Os problemas serviram de combustível para as críticas de Silveira ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Segundo o ministro, houve falha nas podas de árvores, que são responsabilidade do município.
“Eu tenho certeza que depois da eleição, independente do resultado eleitoral, ele vai sentar na mesa para poder discutir a questão urbanística de São Paulo, porque ele não vai querer ser dono do desastre setor elétrico paulista”, disse.
A atualização mais recente da Enel informa que 74 mil clientes ainda estão sem energia na região metropolitana de São Paulo na tarde desta quarta (16). A empresa alega que trata-se de 1% da base de clientes da distribuidora.
O MME anunciou que a queda de árvores foi o motivo de 50% das panes. Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia determinou que a Enel deveria terminar o restabelecimento da energia em três dias, com o prazo vencendo na quinta-feira.
“Eu fiz questão de ressaltar que só aceitaremos que fiquem sem energia locais inacessíveis ou por árvores que ainda não foram retiradas pela prefeitura, ou fatos supervenientes que não permitiram o religamento”, afirmou.
A Enel anunciou uma coletiva de imprensa para a manhã de quinta-feira (17) para atualizar informações sobre o fornecimento de energia.
Caducidade depende da Aneel
Silveira afirmou nesta quarta-feira que a eventual caducidade ou intervenção na Enel São Paulo vai precisar partir de um processo instaurado pela Aneel.
A possibilidade do fim do contrato da concessionária tem sido levantada por autoridades, incluindo o próprio ministro, devido à demora da distribuidora em restabelecer o fornecimento de energia após as fortes chuvas na capital paulista na semana passada. O ministro voltou a cobrar a agência reguladora sobre o caso.
“O que vocês querem é algo que o governo não tem meios de fazer. Vocês querem que o governo decrete caducidade ou intervenção. O governo não faz isso. O poder concedente do governo faz. A Aneel é governo, só que ela esquece disso. As agências reguladoras são o governo”, disse.