As emissões da indústria global de petróleo e gás pela queima de gases (flare) aumentaram 7% em 2023 em comparação com o ano anterior, segundo um levantamento da Rystad Energy.
A diminuição do flare de rotina é considerada uma das medidas mais imediatas para a redução das emissões na indústria de óleo e gás. As atividades de exploração e produção emitem cerca de uma gigatonelada por ano de dióxido de carbono, dos quais cerca de 30% vêm do flare.
A Rystad aponta que a atividade é um desperdício de recursos e contribui significativamente para as emissões de gases de efeito estufa.
A maior parte do aumento nessa atividade no ano passado ocorreu no Oriente Médio, com a queima de 45 bilhões de metros cúbicos de gás no ano. O país com o maior volume de gás queimado em flare foi a Rússia, num total de 28 bilhões de metros cúbicos em 2023, alta de 12% na comparação anual.
Outros países que tiveram aumento na queima foram Irã, Estados Unidos e Líbia.
Ao todo, quase 70% de todo o volume de queima em 2023 veio do Oriente Médio, África e Rússia.
A análise considerou dados de satélites, combinados com informações de inventários globais. De acordo com a Rystad, o aumento nessas emissões demonstra o tamanho dos desafios do setor, sobretudo em países com grande produção de petróleo e gás, como Rússia, Irã e Iraque.
O vice-presidente sênior de Pesquisa de Sistemas Energéticos da Rystad, Magnus Lohne, afirma que os números mostram uma reversão da maioria dos ganhos nesse tema em 2023 e representam um passo na direção errada em termos climáticos.
“Isso demonstra a importância de esforços contínuos e crescentes pelas empresas, países e organizações para definir metas e implementar medidas para a redução do flare de rotina, também em países que têm menos foco em iniciativas de redução de emissões e descarbonização”, diz.
A consultoria ressalta ainda que é necessário analisar a intensidade do flare. Em média, a intensidade global dessa atividade foi de 5 quilos de CO2 emitidos por barril de óleo equivalente (CO2/boe) produzido em 2023. A maior intensidade foi registrada na Venezuela, com uma média de 40 kg de CO2/boe.
O foco da indústria está na redução da atividade rotineira de flare, pois em alguns casos ainda é necessário manter as queimas por razões operacionais ou de segurança.