Biometano

Desenvolvimento do biometano e corredores a gás demanda planejamento territorial, diz Amplum Biogás

Leidiane Ferronato defende necessidade de olhar com inteligência territorial para o desenvolvimento do gás renovável

O desenvolvimento do mercado de biometano passa não só por políticas de incentivo, a exemplo do Combustível do Futuro, mas também pele necessidade de planejamento setorial, com inteligência territorial, para casar oferta e demanda, defende a diretora da consultoria Amplum Biogás, Leidiane Ferronato.

Em entrevista à agência eixos, no 11º Fórum do Biogás, ela citou o potencial do uso do biometano na substituição de diesel no transporte pesado e a importância de se planejar os corredores sustentáveis.

“O mais importante é haver um planejamento do poder público para que postos de combustíveis com abastecimento de veículos pesados ao longo das principais rodovias para dar garantia de que aquele veículo a gás terá onde abastecer ao longo do trajeto”, disse.

Leidiane Ferronato também destaca o caráter pulverizado da oferta de biometano e o fato de o potencial de produção de São Paulo, por exemplo, ser concentrado no interior, sobretudo no Noroeste (na concessão da Necta), onde está a maior parte da indústria sucroalcooleira no estado  – e em muitos casos distantes da malha de gasodutos e dos principais centros consumidores (na malha da Comgás).

O potencial de produção do biocombustível a partir dos aterros sanitários, por outro lado, está concentrado em regiões de grande densidade populacional.

Segundo ela, há mais facilidade, nesse caso, de acesso à malha de gasodutos – e, por isso mesmo, oportunidades para aproveitamento do potencial a curto prazo.

Novo decreto do gás reforça planejamento setorial

Uma das novidades do novo decreto da Lei do Gás é, justamente, a criação do Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural e Biometano – a partir do qual a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicará as melhores alternativas de expansão das infraestruturas, analisadas de forma sistêmica. 

A EPE espera trazer um diagnóstico também para a indústria do biometano – antes disso, a ideia é abordar, já no Plano Indicativo de Gasodutos de Transporte (PIG) alternativas para injeção do gás renovável na malha.

A estatal também prepara um estudo específico sobre distribuição de biometano por carretas.

O entendimento, dentro da EPE, é que o modal dependerá do modelo de negócios de cada projeto de biometano.