Transição energética

Mitsubishi Heavy Industries investe em empresa de exploração de hidrogênio natural nos EUA

A Koloma é uma das empresas que ao lado da Petrobras e outras petroleiras financiam pesquisas sobre o potencial de hidrogênio geológico

Área de exploração de hidrogênio natural da Koloma, nos EUA. Foto: Divulgação
Área de exploração de hidrogênio natural da Koloma, nos EUA. Foto: Divulgação

RIO — A Mitsubishi Heavy Industries (MHI) anunciou nesta terça (15/10) um novo investimento na Koloma, uma empresa com sede em Denver, Colorado (EUA), especializada na exploração de hidrogênio natural – também conhecido como hidrogênio branco ou geológico.

O aporte foi realizado por meio da subsidiária Mitsubishi Heavy Industries America (MHIA), que agora se junta a outros investidores, incluindo o fundo de investimentos do Bill Gates, o Breakthrough Energy Ventures, o Climate Pledge Fund da Amazon, e o Sustainable Flight Fund da United Airlines.

Segundo Takajiro Ishikawa, CEO da MHIA, as construção de um ecossistema de soluções de hidrogênio está entre as principais estratégias no negócio de transição energética da multinacional.

“Estamos buscando acelerar a economia do hidrogênio, oferecendo tecnologias de ponta e permitindo inovações revolucionárias no espaço do hidrogênio por meio de investimentos em startups”, conta.

A Koloma é uma das empresas que ao lado da Petrobras e outras petroleiras financiam pesquisas da Escola de Minas do Colorado e do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), para estudar o potencial de hidrogênio geológico.

Aumenta a busca por depósitos

Com o hidrogênio emergindo como um combustível promissor no cenário global de transição energética, a descoberta de reservatórios significativos de hidrogênio natural – também conhecido como hidrogênio branco – tem despertado grande interesse em várias partes do mundo. 

De acordo com pesquisa da Rystad Energy, no final do ano passado, 40 empresas estavam atrás de depósitos naturais de hidrogênio, contra apenas 10 em 2020. Atualmente, estão em curso esforços exploratórios na Austrália, EUA, Espanha, França, Suíça, Albânia, Colômbia, Coreia do Sul, Canadá e aqui no Brasil.

Em abril, a Petrobras anunciou R$ 20 milhões em pesquisas sobre os processos de geração e viabilidade de extração do hidrogênio natural no Brasil. 

O trabalho de pesquisa ocorre desde outubro de 2023, inicialmente no estado da Bahia, com previsão de ser realizado em outros estados do país, e segue as diretrizes do Plano Estratégico 2024-2028.

O diferencial do hidrogênio natural em relação a outras rotas de produção, como via eletrólise (verde) ou reforma de gás natural com captura e armazenamento de carbono (azul), pode estar na disponibilidade e no preço, além da baixa emissão de CO2.

De acordo com o USGS, pode haver 5 trilhões de toneladas de hidrogênio no solo, e a exploração de apenas uma pequena fração dos depósitos poderia fornecer energia limpa suficiente durante centenas de anos.

Além disso, o hidrogênio natural pode ser renovável, uma vez que ele também é classificado como um fluxo e não apenas como um estoque de recurso fóssil. Isto é, além da acumulação em rochas hospedeiras (reservatórios), também existe um processo dinâmico de geração do gás.

Hoje, apenas em Bourakébougou, no Mali, o gás é explorado de maneira comercial para abastecer as residências da região.