Apagão em São Paulo

Autoridades pressionam por fim do contrato da Enel em São Paulo

Após novo apagão, ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, e prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, pediram caducidade da concessão da distribuidora Enel São Paulo.

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, e prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, pediram caducidade da concessão da distribuidora Enel São Paulo após apagão que deixo mais de um milhão de pessoas sem energia elétrica.
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, e prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, pediram caducidade da concessão da distribuidora Enel São Paulo após apagão que deixo mais de um milhão de pessoas sem energia elétrica. | Divulgação/MME, Governo de SP, Prefeitura de São Pauloi

Autoridades voltaram a questionar a concessão da Enel São Paulo e a pedir a caducidade do contrato da distribuidora após mais de 2,6 milhões de consumidores ficarem sem energia elétrica por conta de um temporal que atingiu a cidade na sexta-feira (11/10) . 

O governo do estado, Tarcísio Freitas (Republicanos), pediu nas redes sociais a abertura imediata do processo de caducidade do contrato. 

Ele lembrou que a concessão de distribuição é federal, sendo o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) os representantes do poder concedente.

Em resposta, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), criticou a diretoria da Aneel. Ele lembrou que a atual composição de diretores foi indicada no governo de Jair Bolsonaro. 

“A Aneel bolsonarista não deu andamento ao processo de punição, nem mesmo a uma fiscalização adequada. O MME já avisou que não há qualquer indicativo de renovação da concessão da distribuidora em São Paulo e que a omissão da agência deve ser investigada pelos órgãos de controle”, escreveu Silveira. 

O prefeito candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) reclamou da demora de resposta da Enel quando solicitada para colaborar com a retirada de árvores caídas. Criticou também o governo federal pela continuidade do contrato com a empresa. 

Concorrente de Nunes no segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) entrou com representação no Ministério Público pedindo uma investigação da atuação da Enel e da prefeitura na prevenção dos apagões.

O candidato aproveitou para criticar a atuação da atual gestão municipal na poda de árvores e reforçou as críticas do ministro à Aneel. 

Aneel cogita instaurar processo de caducidade

A Aneel afirmou, em nota, que pode instaurar um processo para recomendar a caducidade da concessão junto ao MME caso a Enel não  apresente solução satisfatória e imediata para o abastecimento

A diretoria da agência pediu que a área de fiscalização da agência intime a Enel a apresentar justificativas e proposta de adequação imediata do serviço. 

“Importante também informar que a fiscalização da Aneel já está presencialmente em São Paulo verificando as ocorrências e que medidas firmes serão adotadas pela agência nesse processo”, disse a Aneel em nota. 

Na manhã de domingo (13/10), 900 mil unidades consumidoras seguiam sem fornecimento de luz na área de concessão da Enel São Paulo. 

“A Enel Distribuição São Paulo reitera que segue trabalhando dia e noite com reforço das equipes de campo para restabelecer o serviço para todos”, afirmou a distribuidora em nota. 

Os problemas de fornecimento de energia em São Paulo ocorrem cerca de um ano após o apagão que deixou 2 milhões de residências sem luz na cidade e levou a um debate sobre a possibilidade de cancelamento do contrato de concessão da Enel.