RIO – O licenciamento ambiental é, hoje, o maior desafio da política energética nacional, disse nesta segunda (7/10) a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, na Offshore Week 2024, promovida pela agência eixos. (Veja na íntegra acima)
A executiva citou as dificuldades da companhia no licenciamento da exploração na Margem Equatorial.
“A gente só tem um jeito de saber [sobre o potencial da região]: perfurando o poço. E o nosso maior desafio, porque a gente não sabe disso ainda hoje [do potencial], é porque nós não temos licença ambiental”, afirmou durante o painel de abertura do evento.
Ela se diz confiante de que a Petrobras conseguirá obter as licenças para as campanhas exploratórias na Bacia Foz do Amazonas.
E pediu continuidade nos esforços de perfuração na região, independente dos resultados iniciais. Destacou, nesse sentido, que, caso não haja uma descoberta comercial na primeira tentativa, que o Brasil não abra mão de aprofundar a exploração da Margem.
“Tenho certeza que a gente vai desvendar esse potencial exploratório. Eu queria aproveitar só para dizer o seguinte: não é com um poço que se faz exploração. O primeiro poço pode não ser positivo, a gente tem que fazer uma avaliação exploratória, como deve ser feito”.
“Na Bacia de Campos, a gente não achou um campo no primeiro poço, não foi no segundo, foi no nono poço”, comentou.
Equinor pede clareza no licenciamento
A presidente da Equinor Brasil, Veronica Coelho, por sua vez, pediu previsibilidade e clareza no licenciamento ambiental brasileiro, para que o processo não se torne um gargalo competitivo para a indústria de óleo e gás no país.
“Precisamos que os processos sejam todos claros e previsíveis para que nós possamos cumprir adequadamente com todos os requerimentos que são postos para nós, enquanto indústria”.
“Então é muito importante que a gente tenha também aqui previsibilidade e clareza dos requerimentos para que esses processos sejam viabilizadores do crescimento econômico de forma sustentável e com proteção ambiental como tem que ser”, comentou.
Foresea vê gargalos logísticos como desafio
Para o VP de Operações da Foresea, Heitor Gioppo, para além do licenciamento ambiental, a questão logística é hoje o maior desafio para desenvolvimento de uma indústria petrolífera na Margem Equatorial.
“A logística é de longe o maior desafio que a gente tem para trabalhar naquela região”, afirmou.
Ele cita os preparativos para envio da sonda de perfuração encomendada pela Petrobras para a campanha na Bacia Potiguar levaram cerca de um ano.
“A gente teve muita modificação, muito trabalho, muita melhoria a ser feita na embarcação para atender todos os requisitos, seja da perfuração, seja ambientais, dado a criticidade que a gente tem para essa região e todo o debate que o país está fazendo em torno do tema”, afirmou.
O diretor de Administração, Finanças e Comercialização da PPSA, Samir Awad, por sua vez, fez coro ao discurso favorável à abertura de novas fronteiras exploratórias no país
“Todos nós sabemos que exploração toma tempo. Desenvolvimento e produção, outro tempo. São tempos realmente maiúsculos, então, eventualmente, teremos que conviver com algum declínio de produção enquanto novas bacias são exploradas com sucesso”.
“O país precisa de um novo horizonte, uma nova fronteira exploratória para desenvolver. Se não, nós voltaremos à condição de importador, um produtor de menor escala ou mesmo importador de petróleo num curto espaço de tempo”, completou.