A Energisa se prepara para começar a produzir biometano em 2025 e lançou, recentemente, seu braço de comercialização de gás – além do biocombustível, a companhia busca fontes de suprimento de gás natural fóssil, para compor seu portfólio.
Em paralelo, a companhia está montando uma mesa de carbono, que abrigará, no futuro, a venda dos certificados de origem do biometano, disse a vice-presidente de Soluções Energéticas do Grupo Energisa, Roberta Godoi, em entrevista à eixos, no 11º Fórum do Biogás.
“O importante é que, já sabendo que essa [comercialização de certificados de origem] é uma tendência, é importante estarmos estruturando uma mesa de carbono”, afirmou a executiva.
A Energisa fincou os pés no mercado de biometano em 2023, com a aquisição da Agric – que atua na compostagem de resíduos orgânicos industriais.
Este ano, a Energisa anunciou um investimento da ordem de R$ 80 milhões para levantar sua primeira planta de biometano. A unidade, em Campos Novos (SC), terá capacidade para produzir 25 mil m3/dia a partir de julho de 2025.
Combustível do Futuro traz mais conforto
A decisão de investimento foi tomada antes mesmo da aprovação, no Congresso, do Combustível do Futuro – projeto que instituiu um programa de descarbonização no mercado de gás natural, por meio da aquisição de biometano.
O PL diz que os agentes poderão comprovar as metas de descarbonização seja por meio da compra e consumo de biometano, seja por meio da aquisição do Certificado de Garantia de Origem de Biometano (CGOB).
“Entendemos que, sendo uma empresa focada em transição energética, da qual queremos ser protagonistas, tínhamos necessariamente de trazer o gás para esse contexto”
“O apetite já estava claro para a gente, mas essas regulamentações trazem mais conforto e segurança para termos mais velocidade”, comentou.
O grupo mira a demanda industrial por descarbonização e começou a aproximação com potenciais consumidores.
Segundo Godoi, o mercado ainda “está formando uma opinião” sobre a precificação da molécula do biometano e de seu atributo ambiental. Ela conta, no entanto, que as conversas estão fluindo bem.
A companhia, agora, aguarda a regulamentação do Combustível do Futuro – que será sancionado pelo presidente Lula na próxima terça (8/10).
“Já está claro o caminho. Agora falta definir as regras, como definir as metas, como vai ser medido esse assunto, mas considero essa parte a mais fácil”, disse.