Barril

Petróleo cai apesar de tensões geopolíticas e pacote econômico chinês

Preço do barril caiu mesmo com o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio e o lançamento de um pacote de estímulo à economia na China

Um total de 11 novos blocos mapeados no pré-sal de Campos e Santos estão prontos à espera de atos de ministérios para entrar em leilões de petróleo. Na imagem: Instalações da plataforma (FPSO) P-55 da Petrobras no Campo de Roncador, na área norte da Bacia de Campos (Foto: Cortesia PAC)
Plataforma P-55 da Petrobras em operação no Campo de Roncador, na área norte da Bacia de Campos (Foto: Cortesia PAC)

BRASÍLIA – O preço do barril de petróleo fechou na segunda-feira (30/9) em queda de 0,29% para o Brent, que terminou o dia cotado a US$ 71,77. Já o WTI fechou a US$ 68,18 por barril, com uma redução de 0,01%.

Segundo o Goldman Sachs, na última semana, os preços caíram 3%, mesmo com o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio e o lançamento de um pacote de estímulo à economia na China.

Na análise do banco de investimentos, a queda mostra que há um prêmio limitado pelo risco de uma escalada no conflito entre Israel com o Irã e o Hamas, que se intensificou nos últimos dias. Há ainda uma expectativa de aumento da oferta de petróleo, sobretudo na Líbia e Arábia Saudita.

“Na ponta baixista, o que entrega a maior pressão aos preços do óleo bruto se dá exatamente na última divulgação do PMI industrial chinês – indicador que mede o desempenho da atividade industrial. Isso acabou fomentando as expectativas de que a China deve contar com uma demanda menor por petróleo e derivados ao final de 2024”, diz o analista de inteligência de mercado da StoneX, Bruno Cordeiro.

Uma eventual alta, na visão do analista, estaria relacionada justamente à elevação dos prêmios relacionados ao risco de oferta no Oriente Médio.

“No fim de semana, houve diversos eventos relacionados a uma possível escalada das tensões ali na região. O que a gente observa é uma continuidade das tensões e uma incerteza sobre qual direcionamento se dará essa guerra”, afirma.

Previsão de baixa para 2025

A avaliação do Goldman Sachs para o preço cita a alta capacidade ociosa no mercado, o que reforça a previsão de que o Brent possa cair para a faixa dos US$ 60 até dezembro de 2025. A expectativa é que isso ocorra caso a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) escolham reverter completamente os cortes voluntários de oferta até novembro de 2025.

Se os membros da Opep decidirem aumentar a produção, a tendência é que o preço do barril caia. Podem ter impactos no preço eventuais aumentos na produção da Rússia e do Cazaquistão, que fazem parte do grupo de aliados ao cartel.

O Goldman Sachs prevê, ainda, que o pacote de estímulo monetário e fiscal pelo governo chinês pode acelerar a transição energética para alternativas não fósseis, o que também tem impactos na demanda por petróleo e, consequentemente, no preço do barril.

Adiamento dos cortes voluntários

A Opep+ anunciou este mês o adiamento do fim dos cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia. Inicialmente programadas para terminar em setembro, as restrições à produção foram estendidas por mais dois meses, na tentativa do cartel de oferecer suporte ao preço em patamares mais elevados.

A organização tenta controlar a oferta enquanto se preocupa com a manutenção do market share, pois países não membros vem elevando as suas produções e competindo no mercado internacional.